03/03/87. 22h45min.
O sol de minha vida não é meu.
Não me pertence, no entanto está ao meu alcance; posso até mesmo tocá-lo
com as mãos.
Não posso dizer que não quero, mas tenho plena convicção de que
não devo.
O sol de minha vida brilha perto de mim e me entristece.
É um sol, que me deixa por vezes sem razão. Então eu conto até dez
e me reencontro, e aí a tristeza me assola.
O meu sol, que não é meu, coisa nenhuma, é lindo. Não existe, outro
igual. Seu brilho é diferente do de outros sóis, pois se trata do meu sol. Do
sol de minha vida!
O meu sol está tão próximo, tão perto, tão ao meu alcance; mas não
ouso alcançá-lo. Pois sei que no dia em que o fizer.
Estarei apagando-o!...
Lino.
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