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domingo, 31 de julho de 2016

No escuro!


Está escuro!
Mas, não sinto medo.
Ao contrário...
Sinto-me seguro
Pois todas as bordoadas
Que na vida tomei
Foram sob a luz.


Está escuro!
E é nesse cenário
Que me chegam à mente
Os perigos da claridade
Onde se olha nos rostos
E não se vê qualquer verdade
Que possa ser dada...
Como inegável!



Estou descalço
Na obscuridade
Que um dia
Havia me assustado
E que hoje me traz a paz
Aqui nada vejo
E nada preciso ver
Além do meu interior
Que é o que de melhor
Tenho pra agora
Esperando sem esperar
Quer chegue o cruel momento
De me ir embora.



De encontro ao inevitável
Que não há como mudar
O único pacote...
Que a luz me pode dar!



Lemos
31/07/2016


sábado, 30 de julho de 2016

O raio da razão.


Um louco sentimento
Embaçou-me a visão
E só via um caminho
O que me levava até você
Que sequer me via
Por não sentir igual
E assim!
Fui obrigado a voltar
Por sobre meus passos
Diante de impossibilidade
De seus beijos e abraços
Ou mesmo uma palavra
Que demonstrasse
A minha visibilidade
Era ali o fim
De minha caótica jornada
Que deu inicio
A minha sanidade
Apondo ao meu amor
 A luz da verdade
Hoje sou grato a você
Por toda aquela indiferença
Que proposital ou não
Generosamente me devolveu
O benéfico raio da razão!


Lemos

30/07/2016


sexta-feira, 29 de julho de 2016

Desempenho mal!




Aprendi a vida!
E nem por isso vivo melhor
O mundo me ensinou
Onde pisar e onde não pisar
Mas, pintou e enfeitou o chão.
Pôs lentes nos olhos
Que camuflaram o coração
Emprestou um cheiro estranho
Ao que antes chamávamos de ar
Emprestou-nos rodas!
Desabituando-nos a andar
Agora que enxergo a vida
De maneira diferente
Faltam-me recursos pra viver
O jeito que seria ideal
Por isso afirmo que aprendi bem
Mas, que desempenho mal
Sabedoria e boa intenção
É tudo para obter salvação
Depois que sair desse mundo torto
Esperança agora?
De modo algum!
O sonho está morto!


Lemos
29/07/2016


O milagre





Juraci casou muito jovem
Com Geraldo mais velho
Que ela quinze anos.
Foram morar no interior
De Minas Gerais uma pequena
Cidade chamada Biguá...
Onde não tinha emprego.
Seus moradores sobreviviam
Da agricultura ou do gado.
A venda era feita na cidade vizinha
Nas feiras livres.
Mas levava dois dias de viagem
E muitos desistiam desse trabalho
Foi o caso de Geraldo
Depois de dez anos casado
E pai de três filhos,
Decidiu buscar renda em São Paulo.
Disse que enviaria o dinheiro
E quando pudesse também
Viria para matar a saudade da família.
Juraci não gostou da solução...
Mas, seu marido já havia decidido.
Arrumou as malas e partiu.
Deixando para trás sua história.
 Ruth era a filha mais velha tinha nove anos naquela época,
Seguida, por Josué de sete e Joel o caçula de cinco.
Nos três primeiros meses uma carta
Com o valor em dinheiro chegou.
O emprego na cidade era de
Ajudante em obras onde Geraldo
Dormia em alojamento.
As cartas silenciaram
E só um pequeno valor chegava,
Passado o primeiro ano
Nem carta e nem dinheiro.
A decisão de Juraci
Foi buscar ajuda na cidade,
Voltou com sacolas cheias
E até doces em lata para
Alegria das crianças.
E todos os meses,
Ela saia e deixava a mais velha
A cuidar dos irmãos.
Não voltava no mesmo dia,
Ficava dois e até três dias,
Mas sempre voltava com a comida
Para alegria de todos!
Com o tempo foi diminuindo
Não trazia mais pra passar o mês.
Por coincidência estava mais velha
Seu corpo vencido pela flacidez.
Agora Ruth era uma linda jovem 23 anos.
Vendo que sua mãe não dava mais conta, se ofereceu para trabalhar.
Com lágrimas nos olhos a mãe
Revela a forma de como conseguia o sustento.
Mas a menina decide fazer diferente,
Foi à cidade em busca de emprego.
E encontrou de balconista.
No início foi difícil acostumar,
Mas aos poucos foi aprendendo.
Sua mãe agora era só do lar,
Não precisava mais vender seu corpo!
Seus irmãos foram crescendo,
O caçula agora com dezoito.
Os rapazes também decidiram ir pra
São Paulo,
Na busca de um bom emprego.
As duas mulheres agora sozinhas,
Encontravam forças na Ave Maria.
Todos os dias Juraci esperava
Ruth com o terço nas mãos
Em frente do portão.
Os filhos no início deram
Notícias, e mandavam também.
O dinheiro para que nada faltasse.
Os dois irmãos trabalhavam juntos
De ajudante numa fábrica.
Depois de um ano as cartas
Acabaram-se e só mesmo o
Dinheiro que chegava.
Às vezes pulava um mês,
Mas no outro não faltava.
Passaram cinco anos,
E um dia Ruth voltando pra casa,
O caminho que fazia era deserto,
A distância entre as casas.
Preenchida por uma floresta,
Cidade pequena!
Em Biguá, não se ouvia falar de violência.
Mas nesse dia foi diferente,
Numa tardezinha fria de outono,
A pobre encontraria,
O que de pior tem no ser humano!
Foi atacada por um conhecido,
Que sabia que por ali,
Sempre no mesmo horário,
Ela passava.
Depois que saía,
Do seu trabalho.
Ameaçada com uma faca,
Um freguês do bar, que sempre.
A importunava.
Como ela o ignorava, quis.
Se vingar.
Com uma faca na mão
Quis obrigar a moça
A entregar seu coração.
Foi neste momento que
Dois rapazes o desarmaram
E o colocou pra correr.
Eram os seus irmãos, que voltaram!
Josué e Joel a salvaram,
Das mãos sujas de Waldomiro.
Recuperada do susto,
Os três seguiram pra casa.
Agora felizes os irmãos
Unidos novamente!
Fariam surpresa para a mãe.
Mas, quando chegaram a casa,
Foram eles surpreendidos,
A cena da mãe no chão,
Com um terço (rosário) na mão,
E sem vida!


Antônia Maria

27/07/2016






segunda-feira, 25 de julho de 2016

Goela abaixo!




Meu eu!
Não me reconheceu
Como o eu
De antigamente
Tempos modernos
Matam velhos costumes
E nos empurram espinhos
Goela abaixo.


Meu eu!
Deixou de ser original
Para se transformar
No que hoje sou
Às vezes calado
Às vezes...
Doido varrido!


Lemos
25/05/2016

Marina!

Imagem da rede.


Marina!
Filha única de pais zelosos
Recebeu o que de melhor
 Eles podiam lhe dar.
Estudou balé, aprendeu inglês,
Frequentou os melhores colégios.
E à medida que crescia
Mais linda ficava a meiga menina.



Cabelos escuros e sempre curtos
Olhos castanhos claros...
Lábios pequenos e face rosada.
Chamava atenção por onde passava.
Chamou atenção também do novo vizinho.
Dez anos mais velho com má reputação
Cobiçava Marina quando passava
Em frente do seu portão.



O flerte teve êxito, a menina.
Começou a olhar também
O bruto e asqueroso Tonhão.
Infelizmente, o amor deixa cego.
E rouba também a razão
Marina foi morar na casa dele.
Assim que acabou a lua de mel
A pobre menina conheceu a dor.



Primeiro a dor emocional...
Desprezo e humilhações.
Depois a física no início com tapas
E depois socos e pontapés.
Não podia pedir socorro
O medo era seu algoz
Sofreu por longos cinco anos
Até que um dia por tráfico
A policia levou Tonhão.


Libertando assim...
 Marina dessa desastrosa união.
Voltou, então, morar com seus pais.
Não era mais a mesma menina
Sua alma não tinha mais o brilho de antes.
Concluiu seus estudos e foi trabalhar
A vida lhe trouxe um novo romance
Deixou Tonhão para trás.



E agora, quem lhe rouba o sono
É a linda e meiga Solange...
De voz rouca e fala bonita
Queira Deus!
Que a história não se repita.



Antônia Maria




24/07/2016

Cara de coitado!





Deu-me a mão!
E então...
Fez cara de piedade
Só que não entendi.
Sua misericórdia
Não cabia ali
Naquele lugar e momento
Eu me sentia só na estrada
E realmente estava
Mas, não lhe pedia nada.



Precisava apenas...
De sua companhia
Era tudo que eu queria
Naquele confuso dia
Mas, você!
Fez absoluta questão
De se por em evidência
Intitulando – se tábua de salvação
Eu nada disse...
Preferi me afastar.



Estava mesmo só
É sua atitude me confirmou
Desisti de sua companhia
Abdiquei do seu Abraço
E segui resignado
Rumo ao meu mundo
Que é onde me encontro agora
É de onde só penso em sair
Sendo para um mundo melhor.



Um mundo!
Onde as pessoas não se superestimem
Onde por força de hábito
Ou de momento...
 Ninguém nos atire ao chão
Atribuindo – nos uma situação
De suposta inferioridade
Só mesmo a própria pessoa
Pode avaliar a sua verdade!



E tendo eu...
Que acordar de um sonho
Prefiro acordar só
Repúdio sua falsa bondade
Abomino sua pretensa dó
O tempo me mostrou
Um pouco mais da vida
E sigo mais sossegado
Fazendo o possível...
E também o impossível
Para não aparentar cara de coitado!



Lemos
26/07/2016