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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Bebo devagar!















O casal modelo
Pelo menos a meu ver
O casal razão
O casal zelo
Minha inspiração
Que me levou
Um dia a pensar
E não muito depois
A me casar

Pois é!
Dia desses, o encontrei.
Em um bar luxuoso
Onde nunca havia entrado
Mas, naquele dia entrei
A convite de um amigo
Não entrei pra demorar
Não costumo frequentar
Nenhum tipo de bar
Nada contra!
No passado, já frequentei.
Bebo devagar.
Meu amigo não!
Bebeu pagou e foi embora.
Contrariando o costume
Decidi ficar, fazer uma hora.
Alguém me chamou
Na mesa ao lado
Olhei!
Lá estava o casal
Do qual eu tanto gostava
Não me pareceu assim
Tão apaixonado

Na verdade estavam ali
 Discutindo a relação
Que não estava promissora
O bom senso me levaria
A declinar ao convite
Mas tratava-se de pessoas
Amadas, conhecidas
De lembranças boas
Por isso aceitei
Fui até a mesa
Puxei um a cadeira
E enfim, sentei.

Pus, sobre a mesa a garrafa
Que estava em minha mão
Tomei um gole de cerveja
E depois...
Depois, veio a conversação.
Discutiam, e como sempre.
As duas partes tinham razão
Fui chamado ali para mediar
Parecia-me, não fazer sentido.

Era um casal de advogados
Não cabia tanto impasse
Sabiam de cor e salteado
Presenciaram e mediaram
Tantos desenlaces
Ambos, tinham suas convicções
E já haviam provado o remédio
Vinham, os dois...
De antigas relações
Ele saiu...
Por conta de incompatibilidade
Ela, por conta do tédio.
Sabiam mais do que eu
Todavia, fugiam da verdade.
Se discutiam a relação
Ainda havia amor
Ainda havia horizonte
Só precisavam, ver a cor.
E eu, que não mais.
Frequentava bar
Acredito, ter sido enviado ali
Para pintar um quadro novo
De algo, que mal conhecia!
Falei...
Da alegria que me dava
Vê-los em harmonia
Da paz que me trazia
A presença dos dois
 Falei, dos filhos...
Que trouxeram ao mundo
De que, se orgulhariam depois?
Essa indagação calou fundo
Na alma dos dois
E, também, na minha
Mostrar a razão a advogados
Não era competência minha

Entretanto, estava ali como amigo.
E já tinha emborcado o terceiro copo
Também experimentei a caipirinha
Bebida doce, que soltou-me a voz
A essa altura, já se olhavam com.
Um pouco mais de atenção
E ele, até, esboçou um gesto.
De pegar a mão dela
Pensei comigo:
“A que papel me presto!”
Depois reconsiderei...
“É, mesmo, pra isso o amigo”
Fui recompensado ao vê-la
Finalmente deixar-se abraçar
Era; mais do que hora.
De regressar a meu lar
Regressei afinal!
Contudo, já era dia seguinte.
Minha mulher não quis discutir
Sequer, mesmo, conversar
Saí à procura de um advogado
Estava...

Destruído o meu lar!





Lemos


14/04/2014





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