Deixem-me
quieto!
Não é à toa
Que deixei
pra trás
Essa maldita
sociedade
E suas sagradas
instituições
Não sei pra
quê...
Tanto estardalhaço
Não é hoje!
Que sou o palhaço
Esse tempo já
passou!
Quando eu
não era meu.
Não era!
Dono
do meu nariz
Hoje estou
aqui por opção
A qual por
bem...
Tive que
seguir
Saí de casa
Mesmo não tendo
aonde ir
Ainda reverberam
Em meus
incrédulos ouvidos
As palavras injustas...
E sujas que, triste, ouvi
Ainda me dói
na alma
A dor dos
injustiçados.
E por isso
mesmo...
Estou melhor
aqui
Misantropo!
Dentro desse
carro abandonado
Na companhia
de ratos e baratas
E sem
porcelanato e chuveiro
Sem cozinha,
sem comida...
E, também, sem
banheiro!
Não será porque!
Algum imbecil
me viu na TV
E se sentiu
no dever
De ao mundo
aparecer
Que irei
abdicar
Da vida que
escolhi
Mesmo sem
asseio, e sem alimentação
Encontro-me
melhor aqui
E não vou a
qualquer lugar!.
Desaprendi sentido
de “LAR”.
Sem essa!
De amigos,
irmãos ou mulher amada.
Fui picado
pela ingratidão
Conheci a
dor da traição
E hoje, o
que chamam de fora.
É o lado e dentro da minha vida
Considero melhor!
O meu mundo agora
Pois representa
a melhor saída
Podem debandar
Pois o show
já acabou!
Nenhum de vocês
sabe o que é
E eu!
Sei
muito bem quem sou
E qual o meu
papel no mundo
Sigo escrevendo
minhas memórias
Que lá na frente dirão
Quem é o digno...
E quem é vagabundo!
Alguém aí falou
Em casa de
recuperação
Por quê?
Se não bebo
nem uso drogas
E já me
recuperei da traição
Vou fazer de
conta que não os vi
E seguir em
paz por aqui!
Depois disso alguém tentou
Me tirar à força
Do velho e sujo carro
Levou tamanha cusparada
Mesclada com escarro
Acordei então!
E não voltei a dormir.
Lemos
20/05/2016