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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Desatar o nó













Já imaginei-me sozinho
E calmo sopesei
Os prós e contras
Enfim cheguei
À conclusão
 De que não morreria
Posto quê:
Já fui só, um dia.

Sozinho ou?
Mal acompanhado.
Mal acompanhado...
Ou só?
É decifrar
E desatar o nó
Depende da condição
Ou do tamanho da carência

No meu caso sobrevivo
Perco a flor
Mas preservo o vaso
Talvez, para o amanhã.
Quem sabe, para nunca.
Nem sempre...
A sorte é irmã

Nem tanto fez.
Nem tanto faz.
É a música que tocar
Limitar-se a ouvir
Se não quiser
Ou não souber dançar.
Já estive sozinho
Em alguma parte
Do meu caminho

E sobrevivi!
Com algum mérito
E sem reclamar
Hoje acompanhado
Estou aqui para contar
Mas sempre...
Com um pé atrás.

Acostumei a não dormir
Sem camisa, ou de bruços.
Minha mãe me ensinou
Dizia que o anjo da guarda
Afasta-se da gente
Estranha história
Entretanto aprendi
Que mãe, nunca mente.

Ensinou-me também
A lavar passar e cozinhar
Dizia ela:
“- Para o caso, de um dia eu faltar!”
Faltou!
Senti a falta dela
Porém agora, mesmo saudoso...
Já não sofro tanto!
Com a falta dessa ou daquela

Expulse-me pra ver!
A falta que posso fazer.
Ou, talvez não.
Por não dar o braço a torcer
Mantenha os pés no chão
Que é o que tem que ser feito
Quando não há outro jeito.

Já meu pai tinha outra opinião
Era ele detentor da verdade
E possuidor, vitalício da razão.
Dizia ele, que homem.
Sem mulher não é nada
Mas que mulher tem que ser
Doutrinada a servir
Por não pensar assim
É que prefiro ir

Para um sítio qualquer
Procurar a paz desejada
Refazer a rota
Antes de retomar a estrada
Mas mesmo a coisa estando
Um pouco além de aceitável
Esgoto todas as possibilidades
De manter a união.

Mas sendo, pra não viver feliz.
Faço ouvidos moucos
Ao que o coração diz
E para não me cansar
Sigo para o lado
Que o vento soprar
Depois é só seguir a vida

Como venho seguindo
Sempre chegando
Mesmo sem saber
Pra onde estou indo
E não acreditando
Que no final da vida
A missão estará cumprida!
Sempre fica uma meta
Um sonho, uma paixão recolhida.
Uma obra inacabada

E na passagem a indagação
Do que estará por vir.
E a resposta, lá do outro lado.
Que ninguém pode decifrar
Se é, analisado caso a caso.
Ninguém volta pra contar
Mas estando ainda por aqui
É do por aqui, que devo cuidar.
Não por, o carro diante dos bois.
O depois da morte...
Fica pra depois!

Lino

17/04/2014







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