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terça-feira, 5 de junho de 2018

Poucos!




Foram todos se despedir
Precisavam ser vistos
Naquele infausto dia
Um desagradável dever
Que quase ninguém queria
Mas, não desejavam ser apontados.
Como pessoas de mau coração
Todos com caras tristes
Era mesmo triste, a missão.



Todos eles se despediram
Mas, não foram vistos.
Pelo anfitrião.
Que frio e impassível...
Jazia ali, no reluzente caixão.
Caixão que foi concorrido
No momento do sepultamento
Todos queriam pegar uma alça
Naquele solene momento.



Mas, foi somente ali mesmo.
Na hora da separação
Pois nos piores momentos
Poucos, ofereceram a mão!



Lemos
05/06/2018



A merda não se desfaz (blasfemando)


Não quero ser exemplo de nada
É grande a possibilidade...
De me tornar gatilho ou estopim
Da perda e identidade
De algum jovem sonhador
Ou e algum velho desiludido.




Não desejo ser...
Formador de opiniões
Para o mundo seguir a frente
Nunca necessitou de razões
Ou de formulas predefinidas
Bastou por si só a promessa
Que cada qual fez às suas vidas.




Pode, até mesmo, soar como blasfêmia
Mas, Deus não mudou o mundo que fez.
Quando em um primeiro momento
O frio e implacável mundo
De grandes mudanças precisou
Se, viemos para eterno aprendizado.
A finalidade se concretizou.
Tem muita lenha na fogueira ainda
O combustível não acabou!




Tivemos inúmeros mártires e heróis
Mas, o rio seguiu seu curso.
E suas ações ficaram pra trás
O vento pode apagar pegadas
Mas, a merda não se desfaz.
E alimenta a erva que alimenta
Novas plantas e também novos animais.




Ver Tiradentes ser enforcado
Tinha tudo a nos ensinar
A buscar a paz e liberdade
Contudo, nos ensinou a enforcar...
Uma nova arte de pecado
Pra quem só sabia decapitar e crucificar.
Não quero, servir de exemplo
Minha verdade pode ser mentirosa
Ou até mesmo um tanto agressiva
Já vi tantas provas sendo mortas
Que não desejo ser sugestão extinta
Tampouco alternativa viva.




Quero descer da viagem...
Quando enfim, ela se acabar.
E eu não precisar olhar pra trás
E ver que a estrada está destruída
Pelo lixo que deixamos em nosso rastro
E não lamentar pela sopa derramada
Olhar para o alto e nada ver
Olhar para baixo, e não ver nada.




Acredito ser isso que acontece
Para os que alcançam seu fim
Por isso não quero interferir
Para que nenhuma história
Seja reinventada por meu capricho
Para alimentar meu ego...
E me trazer qualquer prazer
Muitas das leis sigo a contragosto
Não sou muito afeito ao dever
Que alguém dita lá de cima
E outros ecoam no piso inferior
Tenho poucos sorrisos a dar
E teria muito que falar de dor.



Mas, a quem pode interessar?
Ver um barbudo...
Inútil e feio a choramingar
O que certamente, em nada acrescentaria.
À tribo terrestre em sua inútil romaria
Aprendi muito pouco
E apaguei...
Mais da metade do que aprendi.
A história da humanidade...
Pior de todos os livros que já li
Acredito que o apocalipse
Pode ser o epilogo que melhor convém
Pois sem o sonhado paraíso
Ninguém poderá humilhar
E ninguém haverá de rir de ninguém!





Lemos
Cinco de junho de dois mil e dezoito.







segunda-feira, 4 de junho de 2018

Já lhe esqueceu


Mentiu ao me fazer acreditar
Ser trivial minha prepotência
Mentiu...
Quando sorriu da adversidade.
Mentiu!
Ao me fazer crer serem normais minhas bebedeiras
E ao minimizar minha agressividade.


Enganou-me ao representar
Uma felicidade que não existia
Mas, que o mundo precisava ver.
Mentiu!
Ao não me decifrar...
A não se conhecer.
Mentiu...
Quando acreditou em minhas mentiras
E na grande mentira que era eu
E quê, creio ser até agora
Mentiu a si mesma chorando
A me ver indo embora.




E todas aquelas mentiras...
Eram, na verdade, uma só.
Pois nada é maior, ou melhor...
Do que aquilo que é
Nunca vi mal que não se acabe
Nem qualquer montanha...
Sendo removida pela fé
O que me leva a um desgosto profundo
Saber que a fé quando desproporcional
Passa a ser a maior mentira do mundo.




Mentiu ao se negar
E colocar-me antes de você
Hoje o mundo, ao qual se expôs 
Já lhe esqueceu...
Levo-lhe flores, e você não as vê!




Lemos
Quatro de junho de 2018