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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Difícil ver









Triste ver!
Quem antes andava
Não poder
Quem antes falava
Nada dizer
Quem antes lutava
Nada fazer
Triste ver...
A nefasta sombra
Sendo projetada
Sobre a pessoa amada
Difícil ver...
Sem não sofrer
Sem, nada dizer.

Triste ter...
Que reconhecer
Ser ali
A reta final
De uma trajetória

Nada a fazer
A não ser confortar
Com palavras
Que não confortam
Com suficiência.
Não é mole!
Pedir paciência
A quem já teve demais

A quem já suportou
O cúmulo da dor
Contudo, não aparecer.
Negar-se a ver
É pecado sem perdão
Entendo ser hediondo
O crime da omissão.

Omissão...
Que vem, de onde
menos se espera
Ser entregue...
À própria sorte
Por quem se ama
Certamente dói
Infinitamente mais...
Que a cimitarra da morte!



Lemos


10/04/2004.

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