Nem me lembro mais
Tanto faz!
Não preciso lembrar
Uma vez quê...
Nada representou ter estado.
E, aqui do meu lado
Está tudo bem
E caminha meu pensamento
Embora lento e esquecido
Faz-se ouvir!
Não quero antever
Aonde ir!
Apenas preciso manter
Algum resquício de paz
Que não precisa ter o seu nome
Nem tampouco...
Exalar seu cheiro.
Quê, não necessite ter
A sua cor
Nem ao menos remeter
Ao seu sabor
Que para mim
Apenas significa
A estrada por onde passei.
Não vou detalhar
A minha trajetória
Não me convém!
Dado às lacunas frias
De minha memória
Cheia de pegadas inúteis.
Que não deixam sinais
Que possam elucidar
Alguns enigmas
Não desejados.
Não aborto o passado
Mas, não quero alimentar.
Fantasmas que não criei
E aos quais abomino.
Mas, quê!
Desagradáveis, insistem.
Em me atormentar.
Muitas noites frias
Já se passaram
E nem por isso morri.
Quero apenas, descansar o fim.
Sendo pra me bater
Não estou aqui!
E também não estarei amanhã
E nem depois
Minhas cicatrizes não querem
Comichar o nós dois.
Elas querem existir dentro
De uma falsa realidade
Cujo nome, é Insensatez!
Meus temores...
Tremem de medo
Dentro da possibilidade
De um hipotético talvez.
Que possa me tomar pela mão
E me trancar no escuro...
Pastoso e frio...
A bordo...
Da mais terrível alucinação
Que se move prometendo um futuro.
Futuro, incerto e repulsivo
Que possa se apresentar
Em forma de castigo
Minha memória...
Teima em esquecer
O passaporte que tive
E usei de forma leviana.
Ainda me chamam de patrão
Alcunha de origem duvidosa
Quero ser deixado esquecido
Sem ser posto...
A qualquer prova.
E...
O pão que o diabo amassou
Não desejo comer novamente
Matou-me a fome!
Lá no passado
Não preciso revê-lo à frente
Por ainda sentir o seu sabor
Em um misto de euforia e pavor.
E na loucura em que vivo agora
Ainda creio em libertação
E quando, talvez...
Soprarem os maus ventos
Não quero tê-la pela mão
Ao cheiro adocicado de incenso
Ou ao som de bela canção.
Não acredito!
Em partida sem dor
Assusta-me!
Qualquer história de amor
Pelo que conheço do depois
Deixa-se e ser um
E sofrem os dois!
Lemos