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domingo, 27 de abril de 2014

Abstraído






Vou indo!
Mas poderia...
Estar um pouco melhor
Já passou
O que seria pior
No entanto
Nem riso, nem pranto.
Estou estranhamente
Quase que alheio
Ao mundo a minha volta
Nem alegre nem triste
Nem bonito nem feio
Mas muito sentimental
Contudo parado
Vendo a vida passar
Sem saber o que quero
Sem nada esperar
Talvez algum dia
Tenha alguma aspiração
Alguma razão
Para voltar a sonhar
Mas enquanto esse dia
Auspicioso não chegar
Nada de alimentar devaneios
Dificilmente retomo o que era
Depois de injustamente
Ter sido devorado
Por minha própria quimera
Hoje anestesiado
Não sou sequer a metade
Do que fui um dia
Quando havia alguma vaidade
Tempo em que me reconhecia
E me dizia fadado ao amor
Tempo em que me via
E sentia da vida, cheiro e sabor.
Sabia de amor e de pecado
Amava sem medo e sem pudor
Fico quieto por aqui
Não sei a hora
Não sei se chove lá fora
Nada mais sei sobre você
Com quem anda, aonde vai.
Fico abstraído...
Coração não sofre o que não vê.

Lino
27/04/2014




sábado, 26 de abril de 2014

Contar uma piada




Traz muita pena

Ver o amigo penar

Pena!

Querida Lorena...

Nada mais acrescenta

Além, de mais pena.

Uma forma de não

Demonstrar sentir pena

É sair de cena.

A outra...

É, agregar valor

Levar conforto

Levar amor

Talvez, até mesmo...

Contar uma piada

Mesmo que, sem graça

Para descontrair

Mas, sentir pena

Não é...

O melhor caminho a seguir

Posto que, pena.

É a pior coisa

Que se possa sentir.

Por colocar a pessoa

Em patamar inferior

Agora lhe pergunto...

Sentir pena!

Querida Lorena!

É prova de amor?



Lino

26/04/2014


Sabedoria popular!

















Hoje vi e quase que toquei
Em uma ferida do passado
Já mais do que cicatrizada
Quase que deslembrada
Mas cicatriz no coração
Torna perene a comichão.

E esse conturbado passado
Passou com um carrinho
Desses que se leva ao mercado
Passou sinuoso e provocador
Bem ali a meu lado
Respirei fundo, quase morri.
Coração, nunca se faz de rogado.

Ouvi o lamento de Minh‘alma
Olhei em volta
Ninguém mais ouviu
Pois o passado era meu
Lamentei por ser gente
Foi esse o presente
Que o passado me deu.

Tinha eu outros afazeres
Contudo corri para o lar
Tanta história tantos prazeres
Hoje, só montanha de deveres...
E quase, que ninguém.
Com quem, ao menos, desabafar.

Aquele passado vivo
Acenou-me e sorriu pra mim
Senti-me ainda cativo
E vi que na vida, nada tem fim.
A não ser quando tudo se acaba
E nada mais é bom ou ruim

Diz o velho ditado
Sabedoria popular
Museu é quem gosta de passado
Para a história se guardar
O passado é guardado no museu
Contudo, não o molesta.
Nem tampouco o agrada...
Porque nunca o viveu!

Lemos
26/04/2014








Máquina do tempo. (homenagem justa)
















Hoje peguei carona

Em uma máquina maluca

De um amigo que tenho

Em um lugar distante

Nunca ouvi sua voz

Porém, o sei muito falante.

Não apertei sua mão

Mas conheço o suficiente

Do seu coração

Pelo modo de ser

Pela opinião das pessoas

Que não são nada loucas

E que também...

Não são poucas

Hoje ele inventou...

De conduzir-me

 Ao meu passado

Que parecia conhecer

Como ninguém!

Através, de sua máquina.

A memória musical

Não imagina...

Como me fez bem!


Posyomero ful...

Outro, não tem!


Lino

26/04/2014

















sexta-feira, 25 de abril de 2014

Com todo o respeito!

















Quem é você?

Pra entrar em minha casa

E ditar-me o que devo...

E também, o que não devo fazer:

A cor dessa parede é fria

Não combina, esta sua cortina

Seu sofá está ultrapassado

Seu fogão está enferrujado

Mal iluminada, esta cozinha

A mesa deveria estar no meio

Manda, a velha sogra embora!

Caramba...

Como seu filho é feio!

Deve ter passado da hora

Casa minúscula...

Deixa-me passar

Aquela janela está torta

Por que não manda?

 Esse menino sair da porta.



E depois de tudo...

Enfim, desaparece.

Assim como veio...

Do nada!

Maldita vizinha!

Tudo que lhe apraz...

É roubar a minha paz!



Lino


25/04/2014





quinta-feira, 24 de abril de 2014

Valeu o susto.




Não!

Eu não tinha razão

Ali, minha verdade não cabia.

Era lugar de alma insana

E de mente vazia.



Sinceramente...

Nem sei como

Fui parar naquele lugar

Tendo ou não história

Não me atreveria a contar



Aliás...

Seria conveniente

Nem me mexer

Talvez, nem respirar.

Tão pesado estava o ar.



Desde pequeno

Minha mãe me dizia

Para não me deixar

Levar por companhia

Pequena distração...

Tamanha lição!



À duras penas

Consegui me safar

Sem me comprometer

Sem me contaminar

Voltar ali, nem pensar!



Paguei caro pra ver

Valeu o susto

Mas o beneficio

Enfim cobriu o custo

Teve mérito o sacrifício



E quanto ao “amigo”

Não me fiz de rogado

Uma vez fora de perigo

Mostrei-me indignado

Nunca mais o sigo!



Mesmo que ele

Anuncie-me o paraíso

Sigo em sentido contrário

De amigo assim

Certamente não preciso



Para mim só serve

Frequentar um lugar

Onde possa ser livre

Onde possa falar

Mover-me e também escutar



Não sou manancial

De sabedoria e virtudes

Mas procuro ser leal

As minhas convicções

Tirando proveito das lições.



As quais, aprendi ao longo

Da minha dura jornada

Sem rotular-me, bom rapaz.

Mas a minha paz...

Essa, eu não troco por nada!



Lemos

24/04/2014










Rédea curta





Ser sincero!

É tudo que quero

Mas sou impedido

Pela sua estupidez

Que me congela a fala

Que me amarra os pés

Sou amarrado

No seu calcanhar

Rédea curta!

Me dita o caminhar

Mas na hora da verdade

Sente-se ultrajada

Pela minha maneira de ser

Que conhece de cor

Mas se recusa a ver

Pois olha apenas de viés

Não preciso lhe mostrar

O que quer que seja

Desde que esteja

Imóvel...

E submisso a seus pés

Não sendo pra falar

O que penso e sinto

Melhor, nada dizer

Quedar-me mudo

E certamente

O melhor a fazer

E antecipar o fim

Não lhe contradizer

É o que resta a mim

Pra lhe satisfazer

Por ver a coisa assim

Até cogitei morrer

Desconsiderei...

Por não ser sensato

 E vou sair em busca

De razão pra viver!

Estou desfazendo

Todas as amarras

Que me prendem a você

A vida está me chamando

Talvez seja bom conhecê-la

Tendo alguma liberdade

E podendo definitivamente

Viver e dizer...

A minha verdade!



Lemos

24/04/2014.





Nos dois pratos














Muita gente não sabe.

Que o amor...

Também se cansa

Pois sendo promessa

É também esperança

De um dia melhor

De um grande momento

Ou, talvez, apenas.

De algum reconhecimento

No entanto o tempo

É às vezes o precursor

Do, infinitamente, triste.

Cansaço do amor

Que em forma de quimera

Da estreita janela

O seu apogeu espera

E quando ele não vem

Ou dorme, na desatenção.

Vencido pelo cansaço

O amor perde a razão

De ser a meta principal

Aí então a tristeza

Dá o seu lúgubre sinal

Que não sendo compreendido

Pode ser dado como fatal.

E, o cansaço do amor.

É sua forma mais ingrata

Pois é tão grande a dor

Que, inevitavelmente, o mata.

Perto de mim, aconteceu.

Com uma grande amiga

Por ter o seu amor esgotado

Tornou-se de amante

Em, quase inimiga

Depois, então, se aquietou

Assim, como a sua dor.

Demorou um bom tempo

Todavia, agora refeita.

Já vislumbra um novo amor.

Não tome como conselho

Pois conselho não se dá

Mas tome como exemplo.

Que, melhor mentor não há.

Do que um fato consumado

Do amor, o pior fracasso.

É submetê-lo ao cansaço.

Ruim para quem o cansa

Terrível...

Para quem o vê cansado

Mau negócio nos dois

Pratos da balança!




Lino

24/04/2014