Em uma ferida do passado
Já mais do que cicatrizada
Quase que deslembrada
Mas cicatriz no coração
Torna perene a comichão.
E esse conturbado passado
Passou com um carrinho
Desses que se leva ao mercado
Passou sinuoso e provocador
Bem ali a meu lado
Respirei fundo, quase morri.
Coração, nunca se faz de rogado.
Ouvi o lamento de Minh‘alma
Olhei em volta
Ninguém mais ouviu
Pois o passado era meu
Lamentei por ser gente
Foi esse o presente
Que o passado me deu.
Tinha eu outros afazeres
Contudo corri para o lar
Tanta história tantos prazeres
Hoje, só montanha de deveres...
E quase, que ninguém.
Com quem, ao menos, desabafar.
Aquele passado vivo
Acenou-me e sorriu pra mim
Senti-me ainda cativo
E vi que na vida, nada tem fim.
A não ser quando tudo se acaba
E nada mais é bom ou ruim
Diz o velho ditado
Sabedoria popular
Museu é quem gosta de passado
Para a história se guardar
O passado é guardado no museu
Contudo, não o molesta.
Nem tampouco o agrada...
Porque nunca o viveu!
Lemos
26/04/2014
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