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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O chicote do corpo.

Quase sem nenhuma
Experiência de vida
Tinha o hábito de questionar
E o péssimo costume de julgar
Era como, querer escrever
Sem sequer, ter aprendido a ler

E assim; ano após ano.
Engano atrás de engano
Colecionando desafetos
Pois, rico em imaturidade.
Abusava da sinceridade
Que,quando, esbanjada a toa
Invariavelmente, magoa

Quase nada sabia
Mas acreditava piamente
Nas bobagens que dizia
Às vezes chegava a ser profundo
Eram somente minhas
Todas as verdades do mundo

E assim fui crescendo
Devagar e quase parando
Posto quê: Julgando-me pleno
Estava me enganando
Obstruindo a realidade
Importava-me, apenas:
Gritar, aos quatro ventos.
A minha verdade!

Demorou bastante
Para que desembotasse
Minha juvenil visão
Foi preciso muito apanhar
Da vida e do mundo
Até, absorver alguma lição
Meio século já se passou
E posso dizer com convicção
Que nem tudo aquilo se acabou.

Porém um pouco mais experiente
E, extremamente, mais moderado.
Já não me atrevo a julgar
Por vezes, já fui jugado.
Poucas delas absolvido
Na maioria fui condenado
Já dizia; minha boa mãe.
Ser a língua:
O chicote do corpo.
Sabedoria admirável:
Verdade inquestionável!

Para o velho ou para o menino
Uma simples frase
Pode estabelecer um destino!

Lemos, 28/02 2011.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Formandos 1974

Todos felizes em se reencontrar
Foi muito bom!
Aliás, mais do quê:
Muito bom!
Um maravilhoso presente
Para todos os presentes
Muito além de:
Uma confraternização
O glorioso encontro
De uma feliz geração
Todos; radiantes pelo encontro.
Todos, com histórias.
Boas de ouvir
E de se contar
Todos:
Com o melhor sorriso
E o mais sincero abraço a dar
A alegria estampada
Em todos os semblantes
Cada um que chegava
Iluminava ainda mais
A quem já se encontrava
Formandos de setenta e quatro
Nunca vi gente tão parecida
Encontro, maravilhoso!
Verdadeira.
Celebração da vida
Sendo eu; um deles.
Agradeço a cada um
E também aos professores
Sem bons amigos, e sem mentores.
Não se vai a lugar algum
Reunir esses amigos e amigas
Idéia extremamente genial
Pô-la em prática;
Pode não ter sido fácil
Mas foi sensacional!
Dos que não puderam ir
Lamentamos a ausência
Dos que não quiseram ir
Agradecemos a transparência
De não se apresentarem
E enaltecemos a decência
Pois quem:
Aparece, apenas para constar.
Nada tem,mesmo; a acrescentar!

Lemos, 27/02 2011.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Tinha que ser assim?

A cada um o seu final
É algo, mais que natural
Se tudo no mundo, tem fim.
Sei da suprema vontade
Do nosso, Pai celestial
Mas: Tinha que ser assim?

Após vencer tantas batalhas
E possivelmente; alguma guerra
Precisava, meu bom amigo
Partir, tragado pela terra?
Foi exatamente, o que ocorreu.
No mangue que tão bem conhecia
Com um saco, de caranguejo às costas.
Que Pedro; desapareceu!

O companheiro olhou pra trás
E lá, Pedro não estava mais
Foi dessa forma.
Que o pai o chamou
E para, seus braços o levou
Fica; para os amigos a saudade
E para quem os deixou.
A glória!
Do escuro manguezal, para:
A divina claridade!

Lemos; 26/02/2011.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O amargo sabor.

O amargo sabor.
Ensinados a se odiar
Não dá pra acreditar
Mas foi assim
Do começo ao fim
Foi quando conheci
A malfadada história
Que começou
E terminou
De maneira inglória
No semblante do irmão
Que permaneceu no mundo
Um desgosto
Surdo e profundo
Quanto às pessoas envolvidas
Delas:
Não tive conhecimento
E não sei de suas reações
Contudo; em algumas delas.
Deve ter ficado
Um misto de emoções
E o amargo sabor
De Não ter, valido à pena.
A falta de discernimento
Amiúde, nos condena.
Ao pesado fardo
Do arrependimento
E eu:
Que nada tenho com o caso
Até agora, estou comovido.
Que alguém!
Com situação análoga
Possa ter aprendido
A verdade é só uma
Veio ao mundo
Tem que ser reconhecido.
Doa a quem doer
A verdade; sempre é maior.
A sua falta.
Traz um futuro pior
Do que poderia ter sido
Não há dúvida mais atroz
Do que questionar
Ter ou não
Sido uma dádiva
O fato:
De um dia, ter nascido.

Lemos, 20/02/2011.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Hora de acordar!

Dois irmãos!
Separados:
Em certa ocasião
Pelos acasos da vida
Induzidos a se odiar
Quando poderiam
Muito bem se amar
Criados, em lugares diferentes.
Por diferentes pessoas
Um criado pela mãe
O outro pela tia
Em uma cidade
Não muito distante
A grande distancia
Era mesmo:
A mente daquelas pessoas
Que; embora sendo boas.
Não tinham, noção da besteira.
A que estavam entregues
Criando enorme barreira
Totalmente desnecessária
Foram vinte e um longos anos
Sem sequer uma palavra
Entre aqueles irmãos
Que nunca se avistaram
Que nunca se procuraram
Sequer por curiosidade
Mas; o tarde demais chegou.
Quando a um deles
O pai chamou
Hora de acordar
Pra nada ter a fazer
Hora de chorar
Ao ver o belo e forte irmão
Coberto de flores
No negro caixão
É da natureza humana errar
É, também, humano chorar
Mas por que; não?
Fazer o impossível para evitar!

Lemos, 19/02/2011

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Tal qual criança

Levou a paz
Mas não são ainda:
Favas contadas.
Vidas mudadas
Pra nunca mais
Isso, não existe.
Mudança é essência
Não fique triste
Tenha fé e paciência
Exatamente por ser vida
Há de se vivida
Com ou sem espernear
Prognóstico ruim
Não quer dizer
Ser ali; o fim.
Tem que continuar
Encarar a mudança
Tal qual criança
Que acaba de nascer
E ver a luz.
Do escuro para
A enorme claridade
Ou da luz:
Para a escuridão
Não significa
Quê:
Não mudará novamente
Viver; é isso.
Sempre buscar o melhor
Ali; ou lá na frente.
Vereditos, diagnósticos
Todos têm:
O seu começo e fim
Seu prazo de validade
O que importa mais
São, os anseios seus.
Tudo; no devido tempo.
Pois há; o tempo dos homens.
E o tempo de Deus!

Lemos, 16/02/2011.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Bem viver, é sonhar!

De lá, pra cá
Foram muitos anos
Muitos sonhos
E muitos planos
Alguns quase perfeitos
Outros quase sem jeito
Mas pelo sim, pelo não.
Estou aqui, firme.
E quase forte
E cheio de planos
Para os próximos dias
Os próximos meses
E também anos.
Planos:
São eles que dão
Vida a vida
E brilho aos olhos
E também ao sorriso
Bem viver é sonhar
Mesmo não estando
No paraíso:
Que um dia, foi a terra
Sigo calado e planejando
O bom cabrito, não berra!
Alguém me disse:
Que, a sorte é irmã
Acredito; não piamente
Contudo, não como maçã.
Nem ouço, papo de serpente
Tampouco, miro seu olhar
História e folclore
Foram feitos:
Para se respeitar
Tudo, que dizem por aí
Pode mesmo ter acontecido
Verdade ou não, tanto faz.
Mas é, sempre bom
Manter um pé atrás!

Lemos, 14/02 2011

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Lá em Minas gerais

A pata:
Abandonou o pato
Alegando ser ele muito chato
Reclamando da sua voz
E maldizendo-o
Por não, ser veloz.
Porém:
O pato chato, com sua feia voz.
E também com seu pé chato
Não se fez de rogado
E ganhou o mundo.
Bem devagarinho
E durante
Seu bamboleante caminhar
Não deu voz, e nem vez:
À sua tristeza.
Sabia como ninguém
A arte de se comunicar
Mesmo a sua voz
Não sendo uma beleza
Foi assim:
Que, o pato chato
Da voz feia e do pé chato
Conheceu o outro lado da vida
Passou, por alguns perigos
Mas, por ser amável e comunicativo.
Fez na vida incontáveis amigos
E quanto à insatisfeita pata
Que se sentia infeliz
Hoje se encontra mais triste
E sente saudades daquele pato
Muito lento:
De voz feia, e pé chato.
Mas esse:
Não volta nunca mais
Está, suave e bem feliz
Lá em Minas Gerais
Com uma linda pata
Nem sequer se lembra:
Da pata feia e ingrata!

Lemos, 13/02/2011.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

E os filhos desse pai?

Abandono! É essa a palavra
Que: Não queria dizer
Mas; o que fazer
Se ela pulou, em cima de mim
Sem chance de defesa
Jogar? Não dá; sem cartas na mesa.
Tenho visto, muito abandono
E me entristeço por demais
A ponto, de perder o sono
Alguns, colhendo o que plantou
Como; o pai abandonado
Que um dia; ao pai abandonou.
Mas, e os filhos desse pai?
Nada aprendem com o presente
E nem aprenderam com o passado
E caminham, a largos passos
Rumo á sina, dos abandonados
Fui hoje; a um asilo.
Depósito de velhos desprezados
Não gostei nada daquilo
Que para muitos, parece normal
Mas, acontece o mesmo em orfanato.
Manicômios. E até em hospital
Onde o doente anseia por uma visita
O dia passa; e ele não acredita
Que, vai ficar sozinho
Até voltar para casa
Onde, não terá qualquer carinho
Já não trabalha, nada produz.
Como pode então?
Sonhar com qualquer luz.
O pior de todos:
É, mesmo, o abandono velado
Onde se está só:
Mesmo estando acompanhado.

Lemos, 07/02/2011.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Mas agora

O perigo passou!
Já chega de chorar
Pronto! Já acordou
Já parou de sonhar
Com coisa ruim
Estou aqui
Está bom assim?
Não vou sair
Pode então!
Voltar a dormir
E sonhando
Sonhe:
Com esperança
Como fazia
Quando criança
Esqueça as cacetadas
Que lhe deu a vida
Agora apenas
Você e eu querida
Mas agora:
Volte a dormir
E que amanhã
Possa então:
Finalmente
Voltar a sorrir!

Lemos, 05/02/2011.

O morto indignado

Não entendo a razão
Pois nunca fui aplaudido
Até então.
Por que agora?
Se nunca fui.
Não seria; esta a hora.
Não tive aplausos
Quando me formei
Tampouco, quando me casei
Nenhum reconhecimento:
Quando trabalhei
Nenhum amigo apareceu
Para um trago
Quando meu filho nasceu
Nunca elogiaram
Minha bonita caligrafia
Nem notaram
Minha limpa biografia
Da qual eu tinha tanto orgulho
Até o desastroso:
E derradeiro mergulho
Por qual razão, agora?
Estão a me aclamar
E, batem tantas palmas
Ao me enterrar
Espero-os, no inferno.
Vão se ferrar!

Lemos, 05/02/2011.