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quarta-feira, 15 de abril de 2020

Nos meus limites






Não vim de muito longe
Nem pretendo ir além
Do que me é destinado
Apesar da nuvem negra
Não deixo de sonhar.



Pois são os sonhos que nos movem
Quando tudo parece se acabar
Não vou aqui dizer que nada acabou
Já que vi muita gente passar
Para o outro lado.



Esses sonhos, sim, se acabaram
Pelo menos, nessa esfera
Mas, não quero ir por esse caminho
Posto que não o conheço.



E muitos que dizem saber...
Mentem ou acreditam em algo
Que foi plantado em sua mente
Por uma fé que lhes foi emprestada
Em algum momento de fraqueza.



Tenho fé sim, mas, muito limitada
Posto quê:
Graças, chegam a quem as merecer...
Bem poucos, nesse mundo cão
Onde muitos agarram tudo
Sem pensar nas necessidades do irmão.



Vejo, a coisa obscura
Com poucas promessas a ofertar
Porem, meus sonhos estão intactos
Dentro dos meus limites do sonhar!




Lemos
15/04/2020





terça-feira, 7 de abril de 2020

Pai Pregüiça





Não vejo em você a certeza
Que gostaria de sentir
Para ter alguma confiança no amanhã
Pois sei de você no passado
Quando éramos apenas uma pessoa
Já senti o gosto e o vi mudando
Como na música do Chico...
O que era doce acabou.



Já não conto, tampouco acredito
Em doces lorotas...
Já não rio de tolas anedotas
Ainda choro por leite derramado
Mas, me consola, o irremediável!
E me assusta o que está por vir
Foi bom ter o calor dos seus abraços.



Porém, me afugenta o som de seus passos
Embora tenha a tentação de lhe esperar
Sei, que representaria o meu fim
A minha velha fraqueza de lhe amar
Por isso engulo em seco
E sequer respiro para não ser ouvido.



O medo de amar é comum
Em quem, por amor foi ferido
Já dizia...
O velho e  sábio, Pai Preguiça
“Cão picado por cobra...
Tem medo, até de linguiça!



Lemos
07/04/2020






segunda-feira, 6 de abril de 2020

Nossa varanda!







É Tomé, precisava ver
Pra então acreditar
Mas, não acreditou
Achou tudo normal
Ainda não crê, pois não sentiu
Afinal, a China fica...
Do outro lado do mundo
A Itália também e longe daqui
Por aqui tudo normal!
E o que dizem os Tomés
Que pagam pra ver...
Por não verem, além do quintal.


Só que você não sabe Tomé
Que o mundo agora é nossa varanda
E que a ficção, já não se confunde
Passou a ser realidade
Não sabe Tomé, que Deus é Pai
E seu filho é a nossa maior verdade
Mas, que bestamente a deixamos assassinar
A coisa está bem pra lá de feia
E não temos a quem rogar.






É Tomé, tentaremos seguir de pé
Não me creio um predestinado
Mas, não quero viver pra ver
Mil caírem a meu lado
E dez mil à minha direita
Isso pode me sair muito caro
E num mundo pós apocalipse
Tudo vira alimento
Não se preserva o que se torna raro.






É Tomé, olhe em sua volta
E veja a merda que se tornou o mundo
Mas, acho que sempre foi assim
Momento de reflexão Tomé...
Onde cada qual quer ser mais esperto
Estive pensando, amigo Tomé
E diante desse tenebroso quadro
Não mais critico sua falta e fé!



Lemos 06 de abril de 2020




Desfocando a vida




Descansando de pensar 
Fiquei quieto cutucando o celular 
Baixei o que não devia 
Comprei o que não queria 
E apaguei o que não gostaria 
E o mundo continuou lá fora 
Estertorando em sua dor 
Que também era minha 
Mas, que optei por ignorar 
E segui ignorando... 
Até o dia em que ela me espetou 
Levemente com uma agulhada. 
É assim que a vida ensina 
Deixando-nos desfocá-la 
Para depois surgir reluzente 
Decretando o nosso fim 
Enquanto gente! 
Lemos 

Quatro de abril de 2020

domingo, 5 de abril de 2020

De encontro ao monstro




Quero voltar ao...
Estava ruim!
Onde a dor era menor
Retornar ao pesadelo, que era...
Apenas um sonho!


Chutar pra longe essa realidade
Que me soa estranha
E me assombra bem mais
Que as histórias de meu pai
Desejo correr para trás
Me afastar desse beco...
Tenha ele, ou não saída.


Ir, de encontro ao velho monstro
Que poderá ou não me pegar
Sendo para morrer...
Que seja de maneira conhecida
Onde as pessoas possam me homenagear
Sejam honras merecidas ou fantasiadas.


O sol ficou para trás
Quero tê-lo a frente no final
Tento seguir os sinais
Mas, eles mudam a todo instante
Parece!
Que o cara do farol enlouqueceu.


Também pudera!
São tantas informações...
E tão desencontradas
Vou deixar o instinto me guiar
Temperado com algum bom senso
Não darei crédito a tudo...
Não direi tudo o que penso!



Lemos cinco de abril de 2020