Rua escura
Quieta;
Aparentemente
triste
Rua escura
Seria ali?
A rua da
amargura
Boa pergunta
Tem sua
razão
Porém a
resposta
É não!
Escuridão prazerosa
Silencio bom
demais
De noite, escura.
De dia cor
de rosa
Seu nome:
Rua da paz.
A da
amargura:
É a outra
Lá no outro
quarteirão
Onde de
noite
A música rola
solta
Com volume
exagerado
E as pessoas
vão
De um a
outro lado
Rua da amargura
À noite agitada
Perfumada e
barulhenta
De dia
parada
Entediante e
modorrenta
Ali não mora
ninguém
Não vive
ninguém
Pois sem lar
Não existe, o
verbo morar.
Lá amor é
para se comprar
E amor
comprado não tem valor
Pois tendo
preço
Não pode ser
amor
Lá se acorda
querendo fugir
Para o lugar
de onde veio
Para muitos
esse lugar
Não mais
existe
Lá na rua da
amargura
Bebe-se se
canta, sorri-se.
Às vezes:
Tem-se a
ilusão do amor
Mas o
despertar é nauseante
E, terrivelmente
triste.
Falo, do que
vi
Pois infelizmente
Já passei
por ali
Hoje, vivo
na outra rua.
Aqui no
outro quarteirão
Onde, de vez
em quando.
Canta um
grilo
Onde; jamais
se ouve.
Um palavrão!
Na rua, em
que moro.
Tem famílias
Cachorros,
gatos e crianças.
Tem escola,
posto de saúde.
Tem amor,
tem esperança!
Lemos 26 de
dezembro de dois mil e doze.