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quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Peso morto!







Ficou a impressão de deixar algo pra trás
Mas, era imperioso seguir
Não havia outra alternativa
Nunca há!
Quando chega o momento do adeus
Quando chega, a hora de partir
Às vezes, acreditamos que a vida é simples
Como dizem os simplistas e os indolentes
Mas, não é bem assim
Muitas vezes temos que renunciar
E levar apenas o essencial
Satisfazer caprichos, pode ser fatal.



A vida não é brinquedo, embora precisemos...
De vez em quando, um pouco de ludicidade
Porém, temos que estar prontos para uma dura verdade
Que nos bate à porta sem prévio aviso
Ou que se anuncia, mas não percebemos
Hoje tenho absoluta certeza, de erros e acertos
Que na vida cometi, alegro-me com os sucessos
E me entristeço com os enganos
Contudo, não me prendo a lamentações
Pois vejo-as, como atraso de vida
O que para quem se vê atrasado
Não se torna qualquer ponto de partida!



Olho, levemente, para trás e pego minha bagagem
Sei que deixarei na gaveta, alguma coisa
Que gostaria muito de levar
Mas, só sentirei a falta, bem lá na frente
Como já aconteceu em outras situações
E mesmo assim, a vida continuou
Entre sorrisos, prantos e as vezes completa euforia
Nunca houve tempo para depressão
Uma vez que, mesmo faltando algum quesito
Jamais, tive uma vida medíocre e vazia.



Por incrível que pareça...
Muitas vezes o passado me alcançou
Para me premiar ou fazer alguma cobrança
Em nenhuma delas senti-me orgulhoso ou constrangido
Já esqueci coisas importantes...
E fingi esquecer, algo que julgava irrelevante
Também já me vi largado à um canto
Sem nada a seguir...
Nenhuma pegada ou sinal. Foi onde aprendi...
Que o pior peso, é o peso morto
E não guardei qualquer ressentimento
Apenas reconsidero alguns erros
Entretanto, não me puno por havê-los cometido.



Pois conheço um pouca da história
Antiga e também, mais recente
E entendo os enganos, como coisas naturais
Que se já causaram danos irreversíveis
Que temos que enxergá-los como tal
E aceitarmos o mundo com suas festas
Com os seus terrores, seus crimes
Como algo, estranhamente, natural;
Quantas fatalidades, já tivemos que engolir?
Quantas alegrias duradouras, ou não?
Ainda estarão por vir!
A estrada se abre à frente com duas opções...
Quedar-se covardemente, ou simplesmente seguir.



Os que seguiram estão por aí
E possuem história a contar
Os que desistiram, são histórias finalizadas
Que já foram, ou serão esquecidas
Desculpe, mas, preciso ir andando
Alguns fantasmas, estão quase me alcançando!


Lemos
17/12/2019








segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Um barato!


Um barato!



Dei uma volta pelo passado
Através de vídeos antigos
Propagandas...
 De marcas que persistem até hoje
E outras que não existem mais
Confesso que isso mexeu comigo
Apesar de meus pés...
Estarem fincados no presente
Minha mente os ignorou completamente
E me levou junto com as memórias
Vi uma Alcione linda e jovem...
Num tempo, em que eu também o era
E não, era tão feio como agora
Ângela Maria, Agnaldo Rayol, Cauby Peixoto...
E outros tantos!



Pisei caminhos, em que já havia pisado
Murmurei as canções, que cantarolava no passado
Comi espigas de milho e bebi tubaína
Não é a mesma tubaína que conheci
Mas, tem um pouco do antigo sabor
Fiquei horas vagando pelo you tube
Como tem coisas boas ali!
Lembrei-me do cigarro que fumava
No curto espaço, em que fumei
Dos amigos, que ficaram pra trás
E dos que permaneceram...



A maioria desses, se recusa a falar no passado
E vivem como se ainda estivessem lá
Chamam eventos de “barato” mulheres de “mina”
E por aí afora. Lavam e enceram sua “carangas”
Avançam “faróis” e são multados
Ultrapassam a velocidade e são fotografados
E, a uma simples teclada...
Perdem o direito de dirigir”
Insistem, em ter mais de uma família
Algo difícil em tempos de DNA
Vejo alguns morando na rua
Por falta de entendimento.



Mesmo assim, se dizem felizes
Apesar, de não o serem de verdade
Mas, isso em nada mudou
As pessoas tentam mentir a si mesmas
Desde o tempo mais remoto.
Fiquei horas viajando pelo passado
Vi um vídeo recente da Alcione
E, confesso, continuo apaixonado
O encanto não se quebrou com o tempo
Assisti, uma apresentação de Nelson Gonçalves
E reeditei meus tempos de boemia
Depois tomei um banho e fui dormir
Sem ousar me olhar no espelho.



Para ficar mais um pouco em comunhão
Com um mundo que tive a felicidade
De conhecer um dia
E dou graças a Deus pela modernidade
Que perpetuou essas lembranças
Através da tecnologia
Que não parou de evoluir, valorizando
Toda a sua história
Não fosse assim, não teríamos
Arquivos vivos em nossa memória!

Lemos
16/12/19








quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Ponto de partida







Era uma vez !
Um mês dentro do ano 
Um mês qualquer aparentemente 
  Mas, que dali pra frente marcaria    
A vida de algumas pessoas. 


Seria o ponto de partida 
para vantagens espetaculares
E, prejuízos singulares
Onde fica o dito pelo não dito
Quando a vaca, enfim, vai pro brejo
E quem escreve não lê!
Filho chora, e a mãe não vê!


Sigo cabisbaixo escondendo
Qualquer resquício de expressão
Há vigias por todo lado
Câmeras ocultas ou mesmo visíveis
Lendo todos os movimentos
E toda e qualquer expressão.



Quando triste, mantenho o sorriso
Quando não triste, faço cara de choro
E o sistema fica perdido
   Me deixando, quase que em paz


Mantenho a consciência, algo neutra
  Já que ela, nunca dorme
  E desconhece a palavra paz
 Nesses malditos anos quarenta
Onde se colhe o que não se planta
E se paga pelo que não faz!

Lemos
12/12/2019


quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

A dor de cada dia!



Querendo ou não, o medo está presente
Pois, não fosse assim...
Não seria gente, não sofreria
A dor de cada dia, não veria!
O entardecer, como começo de fim
Não seria eu, o que sou
Diante de um mundo que não se assusta
E volta e meia, nos põe, de saia justa
Um mundo, em que a justiça não predomina
E jamais predominará
Digo porquê sei, baseado no que vi
E, nas tantas surras que levei
Quando voltarei a sorrir?
Confesso, humildemente, que não sei.



Fugir?
Pra onde, eu lhe pergunto...
Já ouviu falar de globalização?
Pode até me dizer que não
E eu, generosamente, talvez finja acreditar
Enquanto, dissimulada, você cutuca seu celular
Talvez, teclando com alguém
Lá do outro lado do velho mundo
Que estertora, mas não acusa o fim...
Praticamente cego!
Para não ver seus filhos serem torturados
O que, as vezes soa a aceitação.




Não quero ser a voz da razão
Já tem muita gente reivindicando
E a razão, já tão escassa, não cabe...
No bolso de todos os candidatos
Por isso, fico quieto aqui do meu lado
Dizendo e desdizendo, conforme a vida vai me empurrando
Para um e para outro lado, de vez em quando pra trás
O que me dá a impressão de imortalidade
Coisa de quem, já não se preocupa com a morte
Mesmo, porque de nada adiantaria, posto que ela virá
E, sendo assim...
Que venha, sem atormentar!


Mesmo assim...
Dá elementos pra ponderar
Quando a morte não impressiona 
E a vida passa a assustar!



Lemos
11/12/2019