Powered By Blogger

sábado, 28 de março de 2015

Canceriano sem lar





Tomando meu café pra fumar!
Disse o poeta
Sentado em sua cama
Questionando o mundo
A vida e também a fama
Dizia estar...
Trancado dentro de si
Pois estava mais escuro ainda
Do lado de fora
Tomava seu café
Para distrair a alma
Com o cigarro...
Que viria a seguir.



Dizia ser pra não chorar
Mas o glorioso poeta
Estava resignado a partir
Tinha ainda muitas coisas
E algum trabalho a fazer
Contudo questionava
Valer-se-ia a pena?
Ou se seria melhor
Que saísse de cena.
Deixando o escuro mundo
Para os que se recusam a ver.



Que passam diante da estante
Repleta de livros
E dizem não gostar de ler
Na opinião do depressivo
E revoltado poeta
Não era!
Uma questão de gostar
Era a recusa iminente de pensar.
A comodidade de comer
O alpiste na mão do dono
O antes irreverente poeta
Era pura mostra de abandono.



Acendeu o cigarro.
Para não chorar
Nunca chorava...
Nem mesmo estando sozinho
Dizia que chorar...
Era vomitar seus pedaços
Jogar seu lixo ao mundo
Já tão poluído e empesteado
Não seria ele a cometer
Tão violento atentado.



Tornando o planeta
Ainda mais imundo
Lembrando...
Que quem mais sujava
Era quem!
Nós nomeamos para limpar.
Foi aí então...
Que o desiludido homem
Sorveu o café já frio
Apagou o cigarro e...
Contraditoriamente!
Pôs-se a chorar.
Dali alguns meses...
Deu ao mundo...
Razão para chorar
E o seu mundo...
Para quem:
Ficou em seu lugar!



Lemos

28/03/2015





Um comentário:

Gustavo Reyes Ramos disse...

Excelente...no más, no menos.