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sábado, 15 de março de 2014

Nada!

Guardo até hoje a lembrança
Do gosto que você me deu
Do prazer de ter-lhe conhecido
Guardo comigo o feliz tempo
Em que fui seu marido

Mas levo comigo a saudade
Do que se tornou impossível
Que a nova realidade
Dita como sendo irreversível
Apesar da tamanha vontade!

Não faz mal, não adianta.
Chorar leite já tomado
E quando a vaca já foi pro brejo
Só o leite do supermercado
Que é caro e batizado!

Amor batizado
Tem aos montes por aí
Mas não agrega felicidade
Já tentei e já senti
Essa dura verdade!

Trago ainda hoje nos lábios
O gosto de seus beijos
E no peito o calor do seu abraço
Meu melhor presente é passado
Mas guardo comigo o laço!

Aquele laço cor de rosa
Com o qual amarrava os cabelos
E decorava-se para meu amor
A vida e seus desmantelos
É o espinho, blindando a flor...

Trago comigo seu gosto
Levo comigo a lembrança
Morro a cada momento
Ao ver morta minha esperança
Queria encarcerar meu pensamento.

Contudo ao saber que é feliz
E, sentindo-me triste, não lamento.
Ouvindo, o que minha alma diz.
Fico longe; e não lhe apoquento.
Ciente, que não tem como haver bis!

A vida não acaba aqui
Segue a carruagem
Sigo minha estrada
Haverá novos amores
Mas com seu brilho...

Nada!





Lemos

Quinze de março de dois mil e catorze.


















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