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quarta-feira, 12 de março de 2014

Apesar de:



Quieto por aqui
Vou pensando
No tempo
Em que havia.
Do que sentir
Saudade no futuro
Tempo, em que...
Tinha-se medo do escuro
E...
Adultos precisavam ficar:
Em cima do muro!
Tinha-se de fazer a lição
Sabendo conviver
Com a realidade da repressão.
Para não desaparecer,
No entanto, isso não dá saudade
Nem deveria ter havido
Mesmo assim:
Eram bons, os velhos tempos.
Tirando essa nota, deveras, triste.


Tempo em que era criança
E por ventura!
Não digo, porventura.
Não tive meu pai desaparecido
Só mesmo depois de adulto
Soube dos terrores havidos
Posso dizer quê:
Cresci sem qualquer susto
Fora, os medos de criança.
Que os adultos me impunham
Mula sem cabeça, homem do saco.
E o terrível bicho papão
E a frase, preferida dos pais.
“Criança não tem querer”...
“Criança nunca tem razão!”


Vez ou outra:
Um susto na pobreza...
Uma caixa da deliciosa
Goiabada cascão
Que hoje ainda se vê
Mas não é igual a do passado
Pode ser o doce
Ou o paladar modificado
E ainda tenho que ouvir
Minha mulher chamar-me
De romântico saudosista
Replico dizendo:
Que só quem viveu de verdade
Tem o prêmio da saudade!

Lemos

Catorze de março de dois mil e catorze.








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