Possuía itens, que não tenho mais.
Resquícios de juventude saúde quase plena
E algo que chamava de liberdade
Mas que me aprisionava
Dentro de uma roda viva
A qual chamava de bem viver
E era ditada por certo prazer
Que às vezes me custava os olhos da cara
E alguma ressaca ou arrependimento.
Mas, a aparência de felicidade.
Não dava lugar a qualquer lamento!
Durou exatamente trinta e três anos
Essa liberdade aprisionadora
Que me custou algumas rugas no rosto
E fortes dores nas articulações
Foi quando optei pela “nova vida”
Aquela vida de homem sério
Que algum homem diz ser muito boa
Passei a compreender o termo Esposa
Mas, conhecido como Patroa.
Passei a ter então, a tal Patroa.
E minha vida mudou...
Não poderia ter sido diferente
A boemia, ficou para trás...
Com uma fragrância de saudade
Mas, foi muito bom constatar.
A troca da alegria fugaz
Pela verdadeira felicidade
Trinta anos se passaram...
Como se fossem, apenas, trinta dias.
Como se fossem, apenas, trinta dias.
Não tenho mais aquela mobilidade
Mas ainda me defendo muito bem
O mundo amiúde me acena insistente
Mas não dou atenção, nem digo amém.
Tenho o que quero e o que mais preciso
Minha alma se rejubila
E esbanjo meu melhor sorriso
Chegando às vezes a gargalhar...
Ao lembrar os erros que cometi.
Ao confundir, solidão e carência
Com a mais real liberdade
Minha história!
Poderia ter sido diferente
Poderia ter sido diferente
Embora ainda não tenha...
Aposto o seu ponto final
Aposto o seu ponto final
Porém se acabasse nesse momento
Teria o epilogo ideal.
Na minha maneira de ver
Pois de todas as minhas etapas...
Nenhuma delas me deu tanto prazer.
Como a que vivo nesse momento
Junto de minha “Patroa”
Soberana de minha vida
Dona de todos...
Os meus melhores pensamentos.
Lemos
30/04/2018