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terça-feira, 25 de março de 2014

Com pés descalços.












                     Não basta lhe amar
Tenho que me doar
Até não mais poder
Até ser quase nada
Tenho que seguir
Por onde você mandar
Tenho que pisar
Com pés descalços
E bem devagar
Para não lhe incomodar

Não basta lhe amar
Até pra falar
Tenho que medir
O teor e o tom
Fazer o que pedir
Para ser amor bom
Não basta lhe amar
Tenho que calar
Ao lhe responder
Abaixar a cabeça
É meu dever!

Não basta lhe amar
Tenho que ser
O que você quiser
Tenho que virar-me
Como puder
Para lhe agradar
Tenho que servi-la
E comer o que sobrar
Não basta apenas lhe amar

Não basta lhe querer
Tenho que ter
Imensa calma
Tenho que manter
A pureza da alma
Para talvez lhe convencer
A ser quase minha
É tudo tão diferente
Do antigo amor que tinha
E não dei o devido valor
Já atraído pelo seu calor

Hoje sufocado
Já não consigo raciocinar
Seu desejo é ordem
Não cabe questionar
Sinto-me lesado
Mas ninguém me lesou
Sou o único responsável
Pela sinuca em que estou
Por ter que me anular
Só pra poder lhe amar!




Lemos


Vinte e cinco de março de dois mil e catorze.






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