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quarta-feira, 27 de maio de 2015

O nome da ingrata





Havia, morrido de amor.
Porém minha alma
Recusou-se a engolir
Tamanha estupidez
E por isso não se afastou
Ficou por ali
Velando o que sobrou
Do homem que fui um dia.



Ficou ali, sentindo pena.
De mim!
Que morri precocemente
E de si mesma!
Que ficou sem norte
Minha alma é daquelas
Que não engole...
Qualquer tipo de morte
Que só aceita morte de verdade
E repudia morte por imbecilidade.



E ali, chorosa em sua
Aparentemente inútil vigília
Sobressaltava-se a cada mudança
Que via em mim
Seja por variações de luz
Ou mesmo de temperatura
Ou quando uma brisa marota
Agitava meu pouco cabelo
Ou meu velho paletó de linho
Nesses momentos minha alma
Animava-se ao ponto
De esboçar algum carinho.



Para depois quedar-se
Aparentemente resignada
Ante a evidência do tudo...
Transformando-se no nada!
Até que um dia...
Em que não havia brisa
Nem chuva, e tampouco luz.
Minha alma ouviu
Quando fracamente balbuciei
O nome de quem me matou
Foi quando indignada
Prontamente me esbofeteou.



E em seguida assumiu seu posto
Resmunguei novamente
O nome da ingrata...
Senti mais um tapa no rosto
E então respirei fundo
Fui até o espelho
E me assustei com o que vi
Barbeei-me e saí à rua
Que estava escura
Minha alma já não suportava
O tamanho da amargura.



Por isso, me levou ao bar
E me permitiu um trago
Que abriria o portal
Por onde eu passaria
Deixando para trás o estrago
E a dimensão da dor
Do infortunado...
Que morre por amor!



Lemos
27/05/2015


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