Quando passei por aquilo
Que logo denominei vergonha
Ainda estava anestesiado
Por sua beleza e seu suposto amor
Ainda trazia na face o rubor
Do pobre garoto inocente e apaixonado
Embora não fosse tão menino assim.
E ao passar por tamanho vexame
Permaneci muito sossegado
Não havia me dado por achado
E não foi por conveniência
Posso afirmar e jurar que não
Estava mesmo era cego de paixão!
E assim segui lhe amando
Como um garoto entusiasmado.
A cada desilusão que me apunha
Mais eu ficava apegado
E grudado ao seu calcanhar
Foi desse jeito até quando
Finalmente me chutou
Na verdadeira acepção.
Ali percebi não haver mais jeito
De continuar lhe seguindo
E persistindo a cada não
Que veemente você me ditava
De nada lhe servia ser amada
De nada lhe adiantava ser minha vida
Se a sua não fosse servida
Com o que na verdade desejava.
Não sei agora se posso dizer
Que agiu certo ao ser contundente
Mas admito que somente assim
Finalmente conseguiu se livrar de mim
E me libertar da dependência que
tinha
Ainda me lembro do mundo frio
No qual impiedosamente me atirou.
Mundo frio!
Que apesar de tudo me abraçou
De modo que me mantive de pé
Mundo que me disse ao ouvido
Todo homem é aquilo que é!
Frase que não compreendi de primeira
Mas tinha e tenho ainda
Pela frente uma vida inteira.
Para seguir tropeçando ou não
Mas até agora posso afirmar
Ter sido você minha mais dura missão
E também minha maior lição
Não desisti de amar nem do amor
Mas sigo vacinado contra a dor
Que amiúde ele pode causar
A quem se entrega incondicionalmente
Como eu fiz naquela ocasião.
Hoje minha paz vem de dentro pra fora
E não projeto felicidade para longe
Procuro viver feliz o agora
Pois o amanhã não é meu
E não pertence a ninguém
Sou quase feliz agora
E espero que você esteja bem!
Lemos
20/05/2015
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