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quarta-feira, 20 de maio de 2015

Mundo frio








Quando passei por aquilo

Que logo denominei vergonha

Ainda estava anestesiado

Por sua beleza e seu suposto amor

Ainda trazia na face o rubor

Do pobre garoto inocente e apaixonado

Embora não fosse tão menino assim.


 

E ao passar por tamanho vexame

Permaneci muito sossegado

Não havia me dado por achado

E não foi por conveniência

Posso afirmar e jurar que não

Estava mesmo era cego de paixão!

E assim segui lhe amando

Como um garoto entusiasmado.


 

A cada desilusão que me apunha

Mais eu ficava apegado

E grudado ao seu calcanhar

Foi desse jeito até quando

Finalmente me chutou
 
Na verdadeira acepção.


 

Ali percebi não haver mais jeito

De continuar lhe seguindo

E persistindo a cada não

Que veemente você me ditava

De nada lhe servia ser amada

De nada lhe adiantava ser minha vida

Se a sua não fosse servida

Com o que na verdade desejava.


 

Não sei agora se posso dizer

Que agiu certo ao ser contundente

Mas admito que somente assim

Finalmente conseguiu se livrar de mim

E me libertar da dependência que tinha

Ainda me lembro do mundo frio

No qual impiedosamente me atirou.


 

Mundo frio!

Que apesar de tudo me abraçou

De modo que me mantive de pé

Mundo que me disse ao ouvido

Todo homem é aquilo que é!

Frase que não compreendi de primeira

Mas tinha e tenho ainda

Pela frente uma vida inteira.


 

Para seguir tropeçando ou não

Mas até agora posso afirmar

Ter sido você minha mais dura missão

E também minha maior lição

Não desisti de amar nem do amor

Mas sigo vacinado contra a dor

Que amiúde ele pode causar

A quem se entrega incondicionalmente

Como eu fiz naquela ocasião.


 

Hoje minha paz vem de dentro pra fora

E não projeto felicidade para longe

Procuro viver feliz o agora

Pois o amanhã não é meu

E não pertence a ninguém

Sou quase feliz agora

E espero que você esteja bem!
 

 

Lemos

20/05/2015

 

 

 

 

 

 

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