O não prometido

Sonhei e corri atrás

Chamei a plena voz

O sonho era surdo

E muito veloz

Não me esperou.

Nem ouviu o meu chamado

O sonho...
Tinha outro sonho
A ser sonhado!

Tinha outro caminho

Que não o meu

Reconheço que perdi

Mas me pergunto

Se aquele sonho...
Venceu ou não venceu?

Ainda a vejo em meu mundo

Ainda a vejo nos lugares

E também ainda devaneio.

Mas não com a profundidade

Com que antes devaneava

Contudo não mais corro atrás

O que tinha de ser falado

Já foi falado!

E o que tinha de ser chorado

Também já o foi

Não atropelo mais os sonhos

Nem coloco o carro

Na frente dos bois.

Já vi o não prometido

Estranhamente se prometer

Não vejo como impossível

A chance remota

Do irreversível se reverter!

Já me vi também por orgulho

Ou até ,talvez, por medo

Mesmo querendo...

Não querer!

Lemos

01/03/2015