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quarta-feira, 18 de março de 2015

Ásperos e vagos






Hoje tentei
Por os pés no chão
Já era passada a hora
De abandonar a viagem
Jogar o lixo fora
Mas, isso requer coragem.


Pois tem lixo
Que já faz parte
Da minha própria essência
Que até atende
Pelo meu nome!


Entretanto...
Por os pés no chão
Poderia ser fácil
Se tivesse sido fraco
O teor do devaneio.


Mas,,,
Sendo profundo o sonho.
E também duradouro
Não tem como sair dele
Ainda no meio.


E só quem já viajou
Na lógica de uma ilação
E depois aterrissou
Sabe que sonhar não é viver
E que supor não é saber.


Ainda mais, em se tratando.
Das particularidades do amor
Com suas várias
E perigosas alternativas
Tentei por os pés no chão.


Mas, ainda era cedo
Tem viagem...
Difícil de abandonar
Por não ver, ou não ter.
Para onde poder voltar.


Eu só queria mesmo
Retornar a mim mesmo
Antes de ser enfeitiçado
Pelo seu questionável carinho
Do qual me pego a duvidar
Para logo em seguida
Mansamente me entregar.


E ver, seus afagos
Aos poucos se tornarem
Ásperos e vagos
E suas palavras
Soarem humilhantes
Aludindo minha subserviência.


Engulo-as todas
Numa tola mostra de amor
E de muita paciência
Paciência que se esvai
Quando estou sozinho.


Olho para o meu tamanho
Ouço minha própria voz
Porém com um timbre estranho
Gritando histericamente
O quanto, sou imbecil!


Conclamando-me a voltar
A me comportar como gente
Gente que deixei de ser
Quando entrou na minha mente
Que você iria me pertencer.


Nunca havia usado esse termo
Ninguém tem que ser dono
Agora, que me vejo seu...
A ideia me rouba o sono
Tento acordar, mas o medo.
De ficar só
Diz-me que ainda é cedo.


E, assim, entre a fantasia
E a razão
Fica cada vez mais improvável
Que consiga...
Por finalmente ao menos...
Um dos pés no chão!



Lemos
18/03/2015



2 comentários:

Gustavo Reyes Ramos disse...

CON EL PASO DEL TIEMPO, HASTA LOS RECUERDOS SE TORNAN BASURA...MIL ABRAZOS!!!!!!

onilsepol disse...

Até mesmo nós viramos lixo...
E tem pessoas, que sequer esperam a gente morrer para nos descartar!

Abraço