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sábado, 28 de março de 2015

Definitivo

Disse que me queria.
No início do dia
Mas depois
Já não queria mais
Surgiu um imprevisto
De olhos claros
Encantos raros...
E carteira recheada
Mais rara ainda
Nos tempos atuais.



Disse que eu era ideal
Até o momento fatal
Em que deixei de ser
Em virtude de bela novidade
Esbanjando poderes
Beleza e vitalidade.
Tudo, isso aliado.
A uma carteira rechonchuda.



Amigo pobre e feio
Não se iluda
Por mais qualidades que tiver
Não generalizo
Tampouco...
Falo apenas de mulher
Vale para ambos os lados
É suprema essa verdade
Que amiúde engana.



Pois não se compra felicidade
Até mesmo por que...
Ela não é bem durável
É regalo fugidio
Buscá-la é eterno desafio
Que acompanha a humanidade
Desde que ela
Entende-se por gente
É, busca infrutífera e permanente.
Ao contrario das ilusões da vida.



Assim como você mulher!
Pôde levantar e ir embora
Seu sonho rico e elegante
Pode acabar em um instante
Como acabou o meu.
Sem sua beleza
 Sem qualquer indicio
De sua nobreza.



Mas, como passo a vida.
Vendo filmes repetidos
Não espero qualquer resposta
Aos meus inúteis latidos
De cachorro velho e escorraçado
Assisto aqui do meu canto
O velho mundo sendo apagado
Com a mesma história se amontoando
De vez em quando me rebelo
E grito:
Até quando?



E a vizinhança, já não tão assustada
Por conta de meus repentes
Sai para der uma espiada
E comentar entredentes...
O velho louco ataca novamente!
Depois, me aquieto e procuro dormir
Com os pensamentos indo e vindo
Empilhando tristeza
De tanto vê-las se repetindo.



E aí bate uma saudade
Do nosso tempo
Que só, existiu em minha mente.
Fechos olhos e durmo
Em meus sonhos...
Vejo um amanhã diferente
Acordo no dia seguinte
Para um amanhecer melhor
Mas me deparo com aquilo
Que sei salteado e de cor.



Resmungo que não faz mal
Vou ao quintal...
E, mecanicamente, apanho o jornal
Que o motociclista atirou
Ao ler a manchete
Lembro-me quem sou
E me pergunto a que vim
Eu mesmo respondo interiormente
Que vim a tudo!
Mas não cheguei a nada, infelizmente.



Deixo o jornal de lado
À merda o jornal!
Como um biscoito salgado
Sobe minha pressão arterial
Dói-me a nuca, vomito.
Passo muito mal!
Tomo meu remédio de pressão
Juro a mim mesmo
Manter a calma e a razão.



Mas sei que não tem jeito
Cavalo velho
Não aprende a marchar
Ponho meu chapéu
E saio a caminhar
Sinto uma formicação no braço
Um incômodo aperto no peito
Nada mais vejo
Não consertei o mundo
Mas ele me deu um jeito!



Lemos
28/03/2015




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