No início do dia
Mas depois
Já não queria mais
Surgiu um imprevisto
De olhos claros
Encantos raros...
E carteira recheada
Mais rara ainda
Nos tempos atuais.
Disse que eu era ideal
Até o momento fatal
Em que deixei de ser
Em virtude de bela novidade
Esbanjando poderes
Beleza e vitalidade.
Tudo, isso aliado.
A uma carteira rechonchuda.
Amigo pobre e feio
Não se iluda
Por mais qualidades que tiver
Não generalizo
Tampouco...
Falo apenas de mulher
Vale para ambos os lados
É suprema essa verdade
Que amiúde engana.
Pois não se compra felicidade
Até mesmo por que...
Ela não é bem durável
É regalo fugidio
Buscá-la é eterno desafio
Que acompanha a humanidade
Desde que ela
Entende-se por gente
É, busca infrutífera e permanente.
Ao contrario das ilusões da vida.
Assim como você mulher!
Pôde levantar e ir embora
Seu sonho rico e elegante
Pode acabar em um instante
Como acabou o meu.
Sem sua beleza
Sem qualquer indicio
De sua nobreza.
Mas, como passo a vida.
Vendo filmes repetidos
Não espero qualquer resposta
Aos meus inúteis latidos
De cachorro velho e escorraçado
Assisto aqui do meu canto
O velho mundo sendo apagado
Com a mesma história se amontoando
De vez em quando me rebelo
E grito:
Até quando?
E a vizinhança, já não tão assustada
Por conta
de meus repentes
Sai para
der uma espiada
E comentar
entredentes...
O
velho louco ataca novamente!
Depois, me aquieto e procuro dormir
Com os
pensamentos indo e vindo
Empilhando
tristeza
De tanto
vê-las se repetindo.
E aí
bate uma saudade
Do nosso
tempo
Que só,
existiu em minha mente.
Fechos
olhos e durmo
Em meus
sonhos...
Vejo
um amanhã diferente
Acordo
no dia seguinte
Para
um amanhecer melhor
Mas me
deparo com aquilo
Que sei
salteado e de cor.
Resmungo
que não faz mal
Vou ao
quintal...
E, mecanicamente, apanho o jornal
E, mecanicamente, apanho o jornal
Que o
motociclista atirou
Ao ler
a manchete
Lembro-me
quem sou
E me
pergunto a que vim
Eu mesmo
respondo interiormente
Que vim
a tudo!
Mas não
cheguei a nada, infelizmente.
Deixo
o jornal de lado
À merda
o jornal!
Como
um biscoito salgado
Sobe
minha pressão arterial
Dói-me
a nuca, vomito.
Passo
muito mal!
Tomo
meu remédio de pressão
Juro
a mim mesmo
Manter
a calma e a razão.
Mas sei
que não tem jeito
Cavalo
velho
Não aprende
a marchar
Ponho
meu chapéu
E saio
a caminhar
Sinto
uma formicação no braço
Um incômodo
aperto no peito
Nada
mais vejo
Não consertei
o mundo
Mas ele
me deu um jeito!
Lemos
28/03/2015
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