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sexta-feira, 10 de abril de 2015

Uma casa desarrumada!






Era simples e complicado
Por não ter lógica
Bastava querer
Bastava se mexer
Sair um pouco do comodismo
Ir de encontro à verdade...



Era o que lhe dizia a mulher
Depois, então, teria a comodidade.
Mas a voz da indolência
Aliada a algo mais...
Fazia-se mais alta
Dentro de sua razão sem razão.



A ponto do necessário
Parecer não fazer falta
E tudo que quebrava
Permanecia quebrado
Fazendo a casa parecer
Um lugar há muito desabitado.



Sua mulher atônita
Buscava uma explicação
Para tanta preguiça
Para tanta desatenção...
Sequer imaginava!
O que estaria por vir
Nunca o havia visto assim
Tão apático e acomodado.



Há tempos não o ouvia falar
Nem que fosse qualquer besteira
E, assim, seguia a vida naquela casa.
Onde não havia atitudes
Nem tampouco consideração
O amor há muito não existia
Foi substituído pela rejeição.



Que ele tinha impunha
A família e ao lar
Diante desse quadro
A mulher não via com se dar
Não tinha tevê pra assistir
Nem geladeira pra gelar
Não tinha homem
A quem amar!



Não tinha nada
Apanhou seus panos de bunda
E célere, ganhou a estrada.
Triste ainda cantarolou
"Antes só que mal acompanhada!"



Ele por sua vez
Mandou consertar a geladeira
Também arrumou o chuveiro
Comprou novo televisor
Consertou também o fogão
Trocou o cabo do ventilador
Pintou a casa, carpiu o quintal.



Tapete vermelho para outro amor
Que há algum tempo vinha vivendo
Mas não era a primeira vez
Que enganava a si a outrem
Acreditando driblar a vida.



Era questão de poucos meses
Uma nova recaída
Bastaria a mulher esboçar
A menor reclamação
Para ele considerar
Uma nova possibilidade
E de novo abdicar da realidade.



E, de novo!
Mostrar aquela enorme apatia
Que só desaparece...
Ao ganhar a rua
Que talvez...
Novamente venha lhe oferecer
Uma nova razão de...
Voltar a viver...



Para sobreviver dentro
De sua estranha patologia
De seu confuso...
E egoísta caminho
Sem muita perspectiva.



Pois em casos semelhantes
Todos acabaram tristes e sozinhos!
Sem amor sem amigos, sem nada...
Nem ao menos uma casa desarrumada!




Lemos
10/04/2015


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