Powered By Blogger

terça-feira, 21 de abril de 2015

Lar doce lar!



Mirem!
Esse belo casarão.
Não verão nele
O suor de meu rosto
Tampouco, as marcas
De minhas sujas mãos
Não sentirão o cheiro de lar
Porque não o foi.



Foi apenas um capricho
Que nasceu em minha alma
Que clamava por publicidade
Do meu ego sacana
Miserável com pinta de bacana
Eu era assim!
Tinha os olhos maiores
Que minha barriga.



Tinha uma boa namorada
Mas desejava a irmã dela
Mais curvilínea e bela
Desejava-a e não disfarçava!
Algumas vezes a assediava
Mas ela nem ligava
Ou parecia não ligar.


Até o dia em que fui claro
E ela me pôs em meu lugar
De onde nunca deveria ter saído
Foi aí então que me casei
E jurei ser um bom marido
Comecei pela ostentação
Comprando o que não podia.



Dando festas memoráveis
Que me traziam a ilusão
De ser superior aos demais
Um ser superior...
Morando nos fundos
Da casa dos pais
Contudo, minha mulher.
Apreciava a novela
E sonhava com o casarão
Que prometi a ela.



Mas que na verdade
Era pra que, a irmã dela
Visse do que eu era capaz
E depois de algum tempo ela viu
Majestoso pintado e mobilado
E eu irremediavelmente endividado
Foi aí que a cunhada
A essa altura também casada
E muito mal casada por sinal
Resolveu acabar comigo!



Aconteceu em um natal
Quando ela me deu
Um abraço nada convencional
Que quase me tirou do chão
Anulando, de um só golpe!
A razão e o coração.
Saiu-me caro a copulação
Antes de virar o ano
A panela estava fervendo.
E eu sem qualquer justificativa.



Mirem, aquele casarão!
Que fiz com o dinheiro do banco
E que pertence ao banco agora.
Que construí para ostentar
E que em breve alguém
Poderá enfim chamar de...
"Lar doce lar"
É só esperar o banco leiloar!



Lemos
21/04/2014


Nenhum comentário: