Mirem!
Esse
belo casarão.
Não
verão nele
O
suor de meu rosto
Tampouco, as marcas
De minhas sujas mãos
Não
sentirão o cheiro de lar
Porque não o foi.
Foi
apenas um capricho
Que
nasceu em minha alma
Que
clamava por publicidade
Do
meu ego sacana
Miserável
com pinta de bacana
Eu
era assim!
Tinha
os olhos maiores
Que
minha barriga.
Tinha
uma boa namorada
Mas
desejava a irmã dela
Mais
curvilínea e bela
Desejava-a
e não disfarçava!
Algumas
vezes a assediava
Mas
ela nem ligava
Ou
parecia não ligar.
Até
o dia em que fui claro
E
ela me pôs em meu lugar
De
onde nunca deveria ter saído
Foi
aí então que me casei
E
jurei ser um bom marido
Comecei
pela ostentação
Comprando
o que não podia.
Dando
festas memoráveis
Que
me traziam a ilusão
De
ser superior aos demais
Um
ser superior...
Morando
nos fundos
Da
casa dos pais
Contudo,
minha mulher.
Apreciava
a novela
E
sonhava com o casarão
Que
prometi a ela.
Mas
que na verdade
Era
pra que, a irmã dela
Visse
do que eu era capaz
E
depois de algum tempo ela viu
Majestoso
pintado e mobilado
E
eu irremediavelmente endividado
Foi
aí que a cunhada
A
essa altura também casada
E
muito mal casada por sinal
Resolveu
acabar comigo!
Aconteceu
em um natal
Quando
ela me deu
Um
abraço nada convencional
Que
quase me tirou do chão
Anulando, de um só golpe!
A
razão e o coração.
Saiu-me
caro a copulação
Antes
de virar o ano
A
panela estava fervendo.
E
eu sem qualquer justificativa.
Mirem, aquele casarão!
Que
fiz com o dinheiro do banco
E
que pertence ao banco agora.
Que
construí para ostentar
E
que em breve alguém
Poderá
enfim chamar de...
"Lar
doce lar"
É
só esperar o banco leiloar!
Lemos
21/04/2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário