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quarta-feira, 8 de abril de 2015

Delírio






Quase vomitei!
De dentro do caixão
Quando...
O miserável gusano
Com cara de piedade
Pôs-me a sua imunda mão.



Fazendo!
Em meu amarelado rosto
O sagrado sinal da cruz
Lamentei estar morto
Naquele maldito dia
Aquele desgraçado!
No meu velório.
Era tudo...
Que eu não queria.



Maldisse também!
A minha, imbecil, mulher.
Pois ela bem que sabia
O quanto eu detestava...
Aquele verme parasita
Sorte dele!
Que morto apodrece.
Mas nunca vomita.



Não vomitei no caixão!
Mas acordei...
Vomitando na cama.
Para um desconfortável dia
Pus o travesseiro no rosto
Ainda odiando.



Minha bela mulher...
Que placidamente dormia
Jurei!
E cumpri o juramento
Não mais bebi...
A partir daquele dia!



Lemos
08/04/2015


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