Algumas
delas!
Esqueceram
suas raízes
Ou se perderam no caminho.
Outras
tantas, já morreram!
Das
que ficaram...
Muitas, apenas, sobreviveram
Pois
ainda se encontram no mundo
Sem
saber ao certo...
O
que fazer e como fazer!
Uma
minoria logrou vencer.
E
foi, justamente, a turma...
Que, efetivamente, venceu.
A
que, as origens esqueceu.
Eu
estava lá!
Naquele
distante passado
Em
que a sombra da fome
Projetava-se
a meu lado
E
se fazia
Uma
nada agradável companhia.
Era
eu...
Que
brincava com as brasas
Do
nosso rústico fogão
Por
não ter com o que brincar
Mantinha-as, na palma da mão.
E
quando ameaçava queimar
Atirava-as ao ar...
Para
de novo apanhar
Sem
que caísse ao chão
De
vez em quando me queimava
Mas
era parte do jogo...
Até
hoje acontece
Ao
se brincar com fogo!
Brinquei
muito com a chuva
Acreditava
poder me desviar dela
Correndo
em ziguezague
Acabava
molhado e resfriado
Era
esse o fim da novela
Não
sabia o que era
Uma
barra de chocolate...
Dessas
que hoje abundam
Em
qualquer loja de um real
Comer
doce!
Só
quando desse alguma abóbora
No
nosso pequeno quintal.
Isso, quando houvesse açúcar
Não
haver, era quase natural.
Só
ouvia as músicas
Que
meu pai ouvia.
As
boas sertanejas de raiz
Que
burilavam, minha pequena alma
Davam
a meu pai aparente calma
Mas, não faziam ninguém feliz!
Suas
letras falavam de lamentações
Das
supostas ingratidões da vida
Como
se a vida pudesse ser ingrata.
Falavam
de desenganos no amor
De
loucuras da paixão
De
professoras maldosas
De
outros crimes além de traição.
Só, não falavam do governo
Por
ser crime sem perdão
E
disso qualquer matuto sabia
Dessa
regra meu pai
Também
não se excluía
Por
ter amor a sua carcaça
O
homem que dizia nada temer
Submetia-se
à mordaça!
Dizia
ele...
Ter
filhos para criar!
Era
verdade, dez verdades.
Dez
bocas para alimentar
Além
da de minha mãe
Que
pouco comia
Fazendo
a pouca comida durar
Nem
que fosse mais um dia
Era
imensa sua dor
Ver
os filhos pedirem mais
Quando
mais nada havia.
Foram
esses os anos incríveis
Que
a historia conta com orgulho
Que
amiúde o cinema reedita.
Um
tema valioso!
Cheio
de histórias bonitas
Que
advém em sua maioria
Do
eterno contraste da riqueza exagerada
Com
a miserável vida
Daqueles
que não tem quase nada.
Um
tema sempre atual
Mas
sem o glamour de antigamente
Onde
o amor era cantado
Em
forma de lamento
Ou
então de perspectiva
Dos
que viveram esse tempo
Sou
uma...
Das raras testemunhas vivas
Das raras testemunhas vivas
Que vivenciaram!
Mas
se recusam a comentar
A
mordaça da vergonha do passado
Insiste
em se pronunciar.
Ao
ouvir alguma canção
Que
me remete ao passado
Fico
pensativo
E,
por conseguinte calado.
Se
perguntado digo
Que
estou saudoso e apaixonado
Mas
como?
Pode
alguém sentir saudade
Da
miséria e também da fome
Não
sei!
E
tampouco procuro saber
Mas
não renego meu passado
Nem
maquio minha história
Não
sei ao certo se existe
Mas,
acaso exista...
Não
é na terra que habita a glória!
Falando
em glória...
Lembrei-me
da Glorinha
A
mais bela que tinha
Ali
na minha rua
Meu
primeiro amor
Que
sequer soube...
Da minha mísera existência.
Da minha mísera existência.
Não
sei que fim levou
Sendo
que teve algum fim
Pobre
Glorinha!
Teve
que se virar sem mim.
E
eu me virei sem ela!
Dias
atrás revi o melhor filme
Que
na vida assisti...
"A
vida é bela"
E
realmente ela é...
Basta-nos
seguí-la
Com
coragem e alguma fé!
Lemos
14/04/2015
Não
havia chocolate
Para
nos dar pra comer.
Mas
havia...
Vara
de marmelo
Para
nos bater!
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