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quarta-feira, 8 de abril de 2015

A passos largos




Ele estava aflito
Cumpridor que era de seus deveres
Não entendia como e nem por que
Havia se ausentado assim...
Sem mais nem menos do seu trabalho.



Não compreendia o que estava fazendo
Andando de um lado para outro
Sem encontrar o seu posto
Era imensa sua agonia
Ao imaginar a indignação do patrão
Com sua indolência.



Queria retornar, mas algo o impedia.
Via vários caminhos
Mas nenhum lhe servia
Todos o afastavam mais ainda
Da sua pretensa realidade.



Na lateral de qualquer senda
Na qual entrava, via outras Pessoas.
Algumas uniformizadas
Outras vestidas grotescamente
Com se estivessem saídas
De alguma festa à fantasia.



Não lhes deu atenção
Voltar ao seu trabalho
Era tudo!
Que ele precisava e queria
Mas a verdade é que estava
Caminhando em outra dimensão.



Com a alma cansada
E o corpo, estranhamente, não!
Sentou-se sob uma árvore
Carregada de frutas...
As quais, prontamente, devoraria.
Em qualquer ocasião.


Entretanto, naquela não!
Foi quando!
Surgiu na sua frente...
Um homem negro...
Vestindo um ensebado macacão.
Que lhe dando seu melhor sorriso
Mansamente, lhe estendeu a mão.



Estranhamente ele acedeu
E seguiu com aquele homem
A passos largos...
Para os braços do Pai
Deixando no esquecimento
O trabalho que tanto venerava.



A família que tanto amava
E os bons amigos do bar
E tudo o mais...
Que o retinha na terra
A ponto de impedi-lo de ouvir
A voz do Pai a lhe chamar!



Lemos

07/03/2015

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