Conformada!
É esse seu estado atual
Com uma vida...
Sem açúcar e sal
Sem qualquer alegria
Uma vida vazia
Mas em compensação
Sem grandes sofrimentos.
Conformada!
Com a quase pobreza
Mas sempre foi assim
A sua vida
E por ser, desde pequenina
Espelhada em seus pais
Cresceu dentro do menos
Sem conhecer o mais.
Que ficava do lado de fora
Daquele mundo de conformismo
Aliado a certa preguiça
Do qual era refém
Tendo um punhado de arroz
E um ovo frito...
Tudo estaria bem.
E agora casada...
Com um homem indolente
E escravo do alcoolismo
Nada almejava à frente
A não ser criar os filhos
De forma como foi criada
Podendo ter mais
Porém não tendo mais nada
Do que uma vida vazia
De sonhos e de realidade.
É o círculo vicioso
Gritando a sua verdade
Através das gerações
Que passam pela vida
Ignorando as lições
Que, amiúde, o mundo ensina
E sendo para sempre escravas
De uma minoria
Que há séculos absurdamente
Domina a imensa maioria
Estranhamente resignada às migalhas
Que lhe são oferecidas.
Ou que, humilhantemente...
E sem pudor as recolhem.
E sem pudor as recolhem.
Pelas escuras esquinas da vida!
E assim caminha a humanidade
E infelizmente será assim
Presos nessa dura realidade.
Lentamente a caminho do fim
Inexorável e natural
E mais patético e vicioso...
Por um ou outro...
Programa social!
Lemos
18/06/2015
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