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domingo, 7 de junho de 2015

Mudando de assunto






Ao me confessar!
Entreguei-me...
Em uma grande bandeja
Com uma bela maçã
Entre os dentes
E com o olho arregalado.
Servi-me por mim mesmo
Ao me mostrar apaixonado.



Ao dizer ser seu
Deixei de ser eu
Deixei morrer!
A minha essência.
Ao me declarar
Apaguei minha luz
E não voltei a brilhar
Nem pra mim...
Que me abandonava
Nem pra você
Que sequer me notava!



Mas, agora! 
Uma vez declarado
Vê-me como a um coitado
Que até ontem não existia
Por não ser digno...
Do seu maravilhoso olhar
Viu-me só depois...
Do meu patético discurso
Mas nada mudou.



E, tampouco, irá mudar.
Não será meu sentimento
Que lhe fará se pronunciar
Mesmo que seja para tripudiar.
Servi-me na bandeja
Mas você não aceitou
E dessa forma me ensinou
Que sonhos.
Por serem sonhos
Jamais se concretizam.



Prevalece sempre a razão
E milagres hoje em dia
Só mesmo na televisão.
-Jogue fora essa muleta!
O aleijado jogou.
Correu pulou e sapateou
Alguém veio e apanhou
As muletas que ele jogou
Seriam úteis...
No próximo show!



Quanto ao nosso
Esse já terminou!
Quando sequer começou!
Nenhuma muleta a recolher
Nem cadeira de rodas
Para vender, ou vender!



Lemos
07/01/2015



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