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segunda-feira, 15 de junho de 2015

Um sonho que não era o seu



 A luz continua acesa    
Mas a chama já se apagou
Pelo menos de um lado
Que, para meu desespero.
Não foi o lado onde começou.



Onde começou continua
Ainda viva a chama
Mas, sem meios de propagá-la.
Não havendo combustível
Para alimentá-la!



Por teimosia deixo acesa a luz
E tento me convencer
Que ainda há jeito
A sua chama se apagou
Mas sua fumaça insiste
Em sufocar meu peito!



Consola-me ter ainda
Uma vida inteira
Mais uma razão para manter
Ao menos uma pequena brasa
Para o advento de nova fogueira!



Que possa ser melhor alimentada
Até por saber dar a ela
O seu devido valor
Ao invés de fazer como fiz
Dormir indolentemente ao seu calor.



Ao trazê-la para dentro
De um sonho que era meu
Tornei-a prisioneira dele
Sem chances de viver o seu
Paguei o devido preço
Tenho agora o que mereço!



Saudade do que vivi
Remorso do que não plantei
Tristeza pelo que colhi
Colheita imensamente dura
Que me grita a todo o momento
O quanto a vida pode ser escura.



 A luz continua acesa
Mas não encobre a escuridão
Nem substitui a fogueira
Que aquecia meu coração
Hoje tem fogueira...
É noite de São João!




Lemos
15/06/2015





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