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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Não é tudo






Sua mão na minha
Minha mão na sua
Porém o que eu queria
Era mesmo ganhar a rua
E seguir sem olhar
Para os lados
E nem para trás
Já foi dado o que tinha
Até então a dar.


Não seria sua mão
Nem a minha
A nos segurar
Como caras metades
Que fomos um dia
Existem algumas verdades
Que agora cabem
Onde não cabiam
Existe uma carapuça
Feita sob medida
Para minha frágil cabeça.


Uma rede protetora
Que impede
Que algo pior aconteça
Do que uma simples desilusão
A qual vejo carinhosamente
Como vacina para o coração
Quisera eu!
Que tivesse você...
Essa mesma visão
E num gesto de sabedoria
Soltasse, enfim, a minha mão!


E mesmo vendo a vida passar
Não demonstra intenção de soltar
Por isso mesmo não solto a sua
Somente para lhe poupar
De uma suposta desatenção
Sigo, então, pensando.
Pensamento não espanca
Qualquer coração
Nem condena uma alma
Desde quê!
Não transmude em ação.


É claro que existe amor!
Pois amor não acaba assim
O que acaba é a ocasião
De buscar felicidade
Amor é quase tudo!
Entretanto, não é tudo.
Aprendi essa triste verdade
Por isso agora triste e mudo
Engasgado com um sinistro não
Apenas aguardo...
Que, sábia e  finalmente!
Solte a minha mão!



Lemos

21/01/2015

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