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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A solidão






Não deixei nada faltar
Mas faltei eu
Nas atribuições
Que o mundo me deu
Quando me propus
A ser marido
Não imaginava
Ser tão exigido
Dentro da responsabilidade.

Não sabia eu
Que não sobraria
Sequer a metade
De minha pessoa
Egoísta e vazia
Acreditei em vida boa
Após a união
Contudo a boa vida existia
Mas por estar assustado
Não a pressentia.


A ignorava completamente
Em casa nada faltava
A não ser minha presença
Que não se deixava faltar
No futebol...
Tampouco, no bar!
Não faltava o leite da criança
Nem a esperança
De ela um dia me amar.


E assim fui vivendo
E cegamente crendo
Estar fazendo
Mais que a obrigação
Quando dei por mim
Estava em minha frente
O sisudo e tenebroso juiz
Apontando-me...
Os papéis da separação.


Não deixei nada faltar
Além da minha presença
Preferi amigos e bar
Tive minha recompensa
A solidão...
E nenhum ombro amigo
No qual possa chorar!

Lemos
27/01/2015


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