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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

É claro que também bebi!

















Convidei o Padre Amaro
Para ir comigo ao bar
E, bem naturalmente.
Disse-me ele que não
Não desisti da ideia
Apresentei-lhe...
Mais de uma razão
Disse-lhe eu...
Que como ministro
Deveria ele ir...
Onde estivesse o cristão
Onde estivesse o filho
E também o irmão!


Inverteu-se a ordem
O Padre ouvindo
E eu dando o sermão
Notei imediatamente
Sua expressão de incredulidade
Bem feito!
Quem mandou dar-me liberdade?
Mas no final
Meio a contragosto
O bom Padre acedeu
E lá fomos nós
Eu e ele, ele e eu!
E Deus na frente...
Foi o que disse o vigário
Pura verdade!
Não tento ser hilário.


Só para constar
Levei também meu violão
Que nada tocava
Estando em minha mão
Entretanto lá no bar
Não faltava quem soubesse tocar
E também quem soubesse cantar.


Lá chegando vi
Meus amigos pinguços
Quase saírem do chão
Ao ver o Padre
Com calmo sorriso
E com a bíblia na mão.
Havia também...
Várias mulheres
Que enquanto bebiam
Descansavam os seios
Sobre a mesa encardida
Ou então, sobre o balcão.


Algumas delas dançavam.
Alguém já havia trazido
O indispensável violão
O Padre não se fez de rogado
Abraçou um a um a cada irmão.
Às mulheres limitou-se
A apenas apertar a mão
Depois disso, convocou a todos.
Para uma breve oração
Todos concordaram...
Nascia ali...
O mais sincero e verdadeiro
Grupo de oração.
Depois o grandioso Padre
Abraçou meu violão
E soltou a voz
Entoando belíssima canção
Que falava do amor infinito
Que Deus tem para seus filhos.


Dos sábados que fui ao bar
Sem sombra de dúvida
Aquele foi o mais bonito
Ninguém falou palavrão
Ninguém brigou
Ninguém vomitou
Porque ninguém
Bebeu além da conta.


No domingo que se sucedeu
Nenhum dos que lá estiveram
Acordou com ressaca ou doente
Até porque o nosso Padre Amaro
Ao ir ao bar
Pediu a Deus...
Que fosse à frente!



Lemos

02/01; 2014

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