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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Rolo compressor!

Desde pequena
Era abusada pelo pai
Que com muito jeitinho
Com muito carinho
E sem escrúpulo algum
Sabia ser verme
Como verme nenhum
E ela pequenina
Sem nada entender
Nada podia também
Além de ceder
De se entregar ao imundo
Que ao invés de protegê-la
De cuidá-la
Tratava de violá-la
E foi desse modo
Que cresceu
E tornou-se então
A bela mulher que hoje é
Boa esposa e mãe
Boa amiga de seus amigos
E, contrariando a razão
Tem pelo pai...
Verdadeira adoração!


Lemos sem nada entender...
E tendo que engolir!
O que o mundo tem pra servir
Que mesmo não servindo
Segue persistindo...
Não acrescentando incredulidade
O errado tratado como...
Quase certo!
A mentira transmudando-se
Em pseudo-verdade!
O não querer querendo
E tratando de ser
A ordem do dia
A sombra...
Se sobrepondo à claridade
E a eterna prerrogativa
De se dizer...
Estar em busca da felicidade
Busca essa que
Passa por cima de tudo
Dos direitos, dos valores
Como um enorme trator
Tão sutil, como um cassetete
Definitiva...
Como um rolo compressor!



01/01/2015


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