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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Nunca sai de moda










Fui testado
Com muita severidade
E depois de novo
Na verdade estava mesmo
Era sendo usado
Sem qualquer cerimônia
Para depois desgastado
Ser devolvido à vida
E me ver novamente sem chão
E alienado esperar de novo
A sua maléfica atenção
Para mais uma vez ser testado
Apalpado e usado.


E, aparentemente reprovado
Colocado em um canto
Onde fique inerte, calado.
Sem som, sem riso e sem pranto.
Sem demonstrar desgosto
Para quando você precisar
Jogar água em meu rosto
E assim me reanimar
Para que, então, fique a gosto.
Para você...
Novamente pisotear.


Tudo isso sem me matar
Pois esperta sabe
Que um dia pode de novo
Voltar a precisar
De um capacho; mesmo surrado.
Para pisar e sapatear!
E hoje capacho é artigo raro
E demorado para se amaciar!
Capacho; nunca sai de moda
E só é mesmo descartado
Quando é menos que trapo
Não podendo mais sem usado.


Mesmo assim demora um tempo
Pra ser enfim aposentado
Por saber ser assim
Mesmo me crendo morto
Ainda não tive meu fim
Quando você, enfim, decidir.
Por favor!
Dê um enterro digno a mim!
Mas, que não tenha choro.
E de modo algum que haja vela
Fita amarela, nem pensar.
Capacho, não é morto a se chorar!
E estando consumado meu fim
Peço por caridade...
Que não mais se refira a mim!



Lemos

09/02/2015

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