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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Longe do seu "lar"









Havia passado mal o Maridão
Era assim que ela o chamava
Ele não gostava, mas aceitava.
Apenas para não brigar
Naquele dia passou mal
Mesmo assim foi trabalhar
Melhor do que ficar em casa com dor
Vendo a mulher cutucar o celular.


Saiu quieto o Maridão
Com o seu pranto contido
Não tinha esposa
Mas nunca tinha visto
Um casal só de marido
Foi-se o Maridão
Ficou a mulher com o fiel celular
Que já era parte da sua mão
E que há muito...
Lhe havia roubado a razão.


Passou ela, o dia todo
Atracada com o celular
Nem se deu conta...
Que era passada a hora
De o bom marido voltar
Mas ele não voltou
Morreu trabalhando
Longe do seu "lar".


A bela e preguiçosa mulher
Totalmente sem noção
Só deu conta de si
Quando o telefone vibrou
Em sua mão
Era a notícia da morte
Do infeliz Maridão
Que viveu por viver
Uma vida sem senão.


E morreu!
Por confiar demais
Em uma mulher linda e incapaz
De ver o mundo
Que existe, além das redes sociais
De ver o mundo real
Onde...
Não se dá comida estragada
Nem mesmo a um animal.


Só para completar
O Maridão morreu...
De intoxicação alimentar!
Horas depois
Lá estava ela...
Belíssima, à beira do caixão
Aos prantos e a cutucar
Não, o maridão não!
Cutucava o maldito celular.


O maridão morreu
Sem ao certo saber se viveu
Sem conhecer...
O significado de casamento.
Sem ver, da vida a real razão
Morreu por desleixo
Deixando...


Casa, carro e uma gorda pensão
E sua linda e loiríssima mulher
Sempre com um telemóvel grudado 
Em sua, tão bem cuidada mão
Que jamais fez um cafuné
Ou qualquer outro tipo de carinho
No malfadado Maridão!
Teve mais sorte...
O bom e velho Ricardão!



Lemos
17/02/2015


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