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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Em um só fôlego





Não fiz espanto
Apesar de tudo
A vida vem me ensinando
Mesmo sem estudo.
Uma paulada aqui
Outra pancada ali
E, assim, sigo aprendendo.
Os macetes do mundo
E as manhas das pessoas
Às vezes sentindo
Um desgosto profundo.


Contudo, engolindo quase tudo
Gritar pode ser desabafo
Mas, prefiro ficar mudo.
Para que a lebre não levante
E fique despreocupada
Inimigo fora do campo de visão
É o dobro da preocupação
Mesmo assim não dou
Como finda a minha sina
Nem destituo a razão.


Com o que tiro dos escombros
Idealizo nova construção
De vez em quando
Esboço um sorriso
Alguém me disse
Que sorrir é preciso
Não afirmo ser verdade
Esse milagre do sorrir
Contudo sorrir me deixa
Aparentemente menos vulnerável
Menos vulnerável, mas.
Ainda tolerando o intolerável.


Entretanto não me veja
Como favas contadas
Que você possa pressupor
Não pense que
Por tolera-la irei
A qualquer lugar aonde for
Ainda tenho minha verdade
Por sinal diferente da sua
Sou apenas resignado
Não confunda com alienado.


Ainda lhe tenho amor
Mas só de vez em quando
Mas, só pra constar
Aos poucos está acabando
De vez em quando
Já miro a estrada
E a vejo, algo, convidativa
Minha autoestima quase morta
Mas, minha moral ainda viva.


Viva, o suficiente
Para voltar a me gostar
E isso acontecendo
Só mesmo Deus
Para de novo deixar-me anular
Mas acredito que me libertando
Não mais...
Deixara-me aprisionar!


Sei que não vim ao mundo
Para ser zero à esquerda
E ser visto como cão imundo
Mesmo sendo cão sujo
Haveria jeito!
Acostumando-me ao banho
Estaria quase perfeito
Mesmo assim continuaria cão
Tudo tem sua razão
De ser e de querer.


Eu não quero outra verdade
Que não seja a minha liberdade
E quero também a sua
E que esteja sempre bem
Desfrutando o seu sol
Mas sem obstruir o de ninguém
Não lhe clamo por compaixão
Apenas por sensatez
Não se pisa em tudo e todos
Sem ser pisado...
Ao menos uma vez!


Mesmo que seja lá pelo fim
Quando acredita ter escapado
Não se iluda
Deus não se faz de rogado
Pode enganar ao mundo
Mas o Pai não se dá por achado
No momento de ensinar
Às vezes nos deixa pensando
Que logramos escapar
Já ensaiando comemoração
Para depois nos devolver
Ao caminho da razão.



Caminho!
Que muitas vezes é doloroso
Mas bem empregado
Pra quem banca o gostoso
Não faço agora qualquer espanto
Sou velho e vacinado
Contudo, não desdenho seu pranto.
No que diz respeito a pecado
Não incorro no seu. 
Foi dura a lição...
Que ele me deu!




Lemos
12/02/2015


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