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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Mar de amores





Vi em você uma ilha
Onde, me refugiei
Onde, me senti seguro
Hoje a vejo
Como buraco escuro
No qual, sou prisioneiro.
E alterno a visão
Entre a noite escura
E o dia ensolarado...
Sentindo a ironia
De por mim mesmo
Ter sido enganado!



Ao ver em você
Tábua de salvação
Fui enganado pelo coração
E caminhei na corda bamba
Agora, sem pra onde correr
Por não saber do meu norte
Engano-me, não chorando
E, provavelmente...
Vai ser assim até minha morte
Que pelo andar da carruagem
Não tarda em chegar!



Mas, tudo não passa
De mera bobagem
Depois que se acabar.
Comigo, não será diferente
Preço justo por ter
Falhado como gente
Que, por ser gente
Deveria ter raciocinado
Errar é humano
E noventa e nove por cento
Constitui em pecado
Por isso digo...
Ser tarde para chorar!



E por isso mesmo!
É que não pranteio
Meu erro foi ver
Bonito o que era feio
Ao optar pela ilusória ilha
Onde me sentiria senhor
Fui mais uma inocente vítima
Dos perigos que envolvem o amor
E assim me vejo aqui
Sem forças pra escalar
As paredes desse profundo poço
No qual entrei por mim mesmo
Um velho com status de moço!



Com algum charme e ginga
Suavemente encorajado
Pelo convincente...
E, medicinal vapor da pinga
Aquela maravilha cheirosa
Lá do alambique.
Pinga e poesia!
Combinação perigosa 
Que empresta certa euforia
E, magicamente, transmuda
Alguma desgraça iminente
Em bela propaganda enganosa.



Tingida das mais diversas cores
Prancha, aparentemente segura
Para aventurarmo-nos no perigoso
E por vezes sinistro
Mar de amores!


Lemos
28/10/2015



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