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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

As pedras do chão






Tem muita coisa
Além das aparências
Do que aquilo
Que vemos
Estampado nos rostos
E nos anúncios
Que observamos na cidade
Há sorrisos que...
Escondem sofrimento
E lágrimas de felicidade
Já soube de contentamento
Imposto pela ocasião
E protestos ditados...
Pelo calor do momento.



Já presenciei mentiras
Poupando grandes sofrimentos
Também vi verdades cruas
Escancarando-se para molestar
Poderiam poupar desconfortos
Se optassem por calar!
Vi tapetes que, se levantados
Revelariam histórias memoráveis
Soube de livros proibidos
Que muito acrescentariam
Se fossem lidos
Vi também mulheres prendadas
Ilusoriamente presas
Dentro de um egoísmo peculiar.



Abdicando ao mundo
Pela pressuposta segurança
Da esfera familiar
E se traindo nos sonhos
Até a realidade se anunciar
Vi prostitutas estendendo a mão
Diante do fantasma da fome
Que assombrava o “irmão”
Irmão que até a véspera a condenava
Pela vida indecente que levava
E que a ele trouxe o pão
Posso dizer que vi ambos os lados
E que já me surpreendi
Com um e outro
Em ocasiões diferentes.



Às vezes questiono
Para não me alienar
Surpreendo-me amiúde julgando
Mas, nunca me atrevo a condenar.
Mesmo não estando de acordo
Pois razão, cada um tem a sua.
E nem todo erro é passível de punição
Não vasculho verdades ocultas
Não desminto mentiras palpáveis
Pois entre uma e outras
Existem lições admiráveis
Que, doendo ou trazendo prazer.
Não trazem prejuízo ao se anunciarem
Pois tralha que parece ser bobagem
Às vezes faz falta na bagagem
Dependendo do lugar ou da ocasião.



De repente debaixo do tapete
Que nunca foi removido
Esteja o passaporte
Para o lugar merecido
Onde!
A alma possa se refazer
Para seguir em sua missão
Até o evento da separação
Que pode estar atrás dos montes
Ou em um prego enferrujado
Que se confunde com...
As pedras do chão!




Lemos divagando
05/10/2015







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