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sábado, 24 de outubro de 2015

Ao sair





Sentia-se muito bem!
Tinha no bolso
Quatro notas de cem
Sorria à toa
Fartura!
É sempre coisa boa
Por isso...
Enquanto caminhava
Sapateava, cantava...
E, volta e meia
Assobiava uma canção
A coisa havia
Deixado de ser feia.



No dia seguinte
Pagaria...
O açougue e a padaria...
Também a conta de luz!
Por isso, dava glórias.
Não era homem de louvar
Mas, de vez em quando
Havia uma exceção
Era, então, quando ele
Glorificava com empolgação
Assim foi até o momento
Em que ouviu a voz pastosa
De seu amigo Elesbão.



Que, aparentemente, feliz...
Acenava-lhe!
Com um taco na mão.
Sob a improvisada cobertura
Do sujo e tosco...
Bar do Alemão!
Como estava radiante
Não viu erro em parar
Para uma inocente
Partida de bilhar
Entrou!
E,sério, disse ao Elesbão.
Que não iria demorar.



Realmente, não ficou!
Por uma noite inteira
Até mesmo por quê:
Seu dinheiro...
foi-se rapidamente!
Quando entrou no bar
Era uma pessoa
Ao sair!
Estava bem diferente
Já não cantava, não sapateava.
E, muito menos louvava
Tampouco!
Pensava no que fazer.



Entrou na sua casa sem luz
E viu seus filhos...
Sem nada o que comer
E num canto...
Sua mala arrumada.
Ouviu então a voz
Nada pastosa...
Mas carregada de tristeza.
Mandando!
Que pegasse a estrada
A mulher o amava...
Porém, estava cansada!
De carregar seu nome
E, de junto com os filhos
Conviver com a fome!



Lemos
24/10/2015


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