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sábado, 14 de junho de 2014

Nóia maldito!




Com a corda no pescoço
Assim estava eu
Idéia repentina que me deu
E impulsivamente segui
Estava cansado
Precisava sair dali
Daquele mundo nojento
Repleto de seres imundos

E foi assim, com o laço.
Bem ajustado na garganta
E a corda bem amarrada na viga
Recomendei-me à santa preferida
Resignado despedi-me da vida
Não era nenhuma brincadeira
Eu de pé sobre aquela cadeira.

A mão atada com um enforca gato
Que penosamente apertei com os dentes.
Quase já não pensava em nada
Problemas me eram indiferentes
Estava com o pé em outra estrada.

Já via, o feio como bonito.
Antevia um mundo de paz
Muito além daquele céu anil
Dei um sorriso enigmático
Balbuciei:- Adeus cruel mundo
Adeus meu Brasil!

Dito isso...
Sem pestanejar ensaiei
O salto derradeiro
Mas havia uma verdade
Que precisava ouvir primeiro
A última da vida
A ultima daquele dia
Depois então saltaria

E essa verdade veio abafada
Da vitrola da casa do vizinho
Que eu rotulava de Nóia Maldito
Antes de saltar vi-me obrigado
A contar lentamente até três
E o som que entrava pelas frestas
Dizia claramente:

“Tente outra vez”



À duras penas roí o enforca gato
Com os dentes que usei para atá-lo
Vinte anos mais moço
E com a energia de um cavalo
Tirei o laço do pescoço
Deixei o paraíso para depois
Que ele viesse naturalmente
E quanto ao Nóia Maldito
Hoje é sinônimo de boa gente.

Tenho uma foto do Maldito Nóia
Bem aqui na minha carteira
Para num improvável caso
De novamente pensar asneira!

Lemos
14/06/2014

Ficção!






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