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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Lá não havia luz


















A igreja estava toda enfeitada. 
Parece a letra de uma música, mas não é! 
Trata-se de uma história que balança qualquer fé!
Disse uma vez, que, Maria Das Graças era discreta e reservada. 
No dia em que tentou desabafar. 
Seria melhor, se não fizesse nada.
Era dia de festa em sua congregação. Quase todos os fiéis foram à igreja dar uma mão.
Das Graças. Que em matéria de fé, nunca faltou à obrigação. Lá estava, embora sua alma não pedisse nenhuma comemoração.
Estavam todos imbuídos de um sentimento fraterno. Ajudar, e, ao mesmo tempo se distanciar do fogo do inferno.
Era o que ia na mente de cada irmão. O que cada um pedia; em sua mais singela oração!
Naquele dia, Das Graças, estava absorta em seus pensamentos enquanto trabalhava. Não muito de longe, a pastora a observava.
Aparentemente preocupada, a pastora se aproximou: 
- O que se passa com você? Com voz suave perguntou.
Era um dia, daqueles em que saltava aos olhos, sua fragilidade. Vendo compaixão nos olhos da líder espiritual; resolveu contar a verdade.

Enquanto seu drama, Das Graças ia revelando. Por seu corpo, as mãos da pastora iam suaves, e atrevidamente deslizando.


Saiu correndo dali, e foi para casa chorar desesperada. Vomitou tudo que tinha no estômago; estava enojada.
Abandonou a igreja. Lá não havia luz. Deixou aquele templo. Porém jamais abandonou Jesus!
A partir daquele momento, deixou de crer no semelhante. Declarou o mundo acabado, desde aquele instante.
Nada fazia sentido, o mundo estava na contramão. Era só o que faltava, além de um marido bêbado. Uma pastora sapatão.
 Não fosse pela sua crença seria impossível continuar. Porém, era mãe e pai. Tinha seu filho para criar!
Seria uma temeridade desistir. Era apenas o início. Havia um longo caminho a seguir!
O episódio da igreja, ela jamais comentou. Se já era fechada, mais ainda ficou.
Se nem o esposo, era a companhia ideal. Guardava dentro de si as tristezas. Isto lhe fazia um enorme mal.
Entre um desapontamento e outro, os anos foram se passando.
O pequeno Nícolas crescia; mais lindo ia ficando.
As moças da rua em que morava observavam-no chegando ou saindo.
Às vezes comentavam: Como pode alguém que se chama Nícolas, ser assim tão lindo!



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