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domingo, 22 de junho de 2014

Enormes são suas raízes













Aquele pequeno galpão, certamente não era o lugar, com que sonhou para trabalhar.

Mas não estava insatisfeita. O emprego em muito iria ajudar.
Funcionava ali, uma fábrica de bolsas e calçados.
O que a incomodou muito no início, foi o forte cheiro de cola que impregnava o ambiente. Porém logo se resignou e seguiu em frente.
A maioria das pessoas que ali trabalhavam eram mulheres. Quase todas frequentavam a mesma igreja. Ela, que não ia a nenhuma pensou: - Deus me proteja!...
Eu, que conheço bem Das Graças, sei por que tanto se assustou. Aquelas mulheres pertenciam à igreja que ela um dia abandonou!
Todos temos direito as nossas amarguras secretas. Seu silencio foi respeitado. As colegas foram discretas!
De inteligência rara e ótima coordenação motora. Não decepcionou a colega que fez o papel de professora.
Não se refestelou com os elogios que recebeu. Apenas ergueu seu olhar e a Deus silenciosamente agradeceu!
Apesar de estar gostando do trabalho. Jamais se esqueceu de que não era a atividade para a qual tanto havia estudado.




Por isso, enviava cópias e mais cópias de seu currículo, tão bem por ela formulado.
Se pouco tinha a escrever no campo da experiência. Por sua forma de elaborá-lo mostrava muita sapiência!
Entre bolsas e sapatos, cola barbante, e outros insumos. Rapidamente se passou um ano.
Maria das graças dava o melhor de si; mas continuava fiel ao seu plano.
Dizia consigo mesma:- Haja o que houver. Custe o que custar.
Mas na área das finanças ainda hei de trabalhar.
Outra coisa que martelava a sua mente. Era o desejo de sair do bairro onda morava que julgava amaldiçoado. Na verdade o que a perturbava tanto, eram os fantasmas do seu passado.
O que ignorava. É que lugar algum apaga as nossas lembranças, sejam elas tristes ou felizes. Pois elas penetram fundo em nossas almas. Enormes são suas raízes!
Nem de longe pensar que tantas tarefas a afastaram do filho, ou diminuíram seus cuidados e carinhos.
Afinal, ela se arrebentava tanto no trabalho. Era justamente por visar para ele um melhor caminho!...


Lemos




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