Aquele pequeno galpão, certamente não era o lugar, com que sonhou para trabalhar.
Mas não estava
insatisfeita. O emprego em muito iria ajudar.
Funcionava ali, uma
fábrica de bolsas e calçados.
O que a incomodou
muito no início, foi o forte cheiro de cola que impregnava o ambiente. Porém
logo se resignou e seguiu em frente.
A maioria das pessoas
que ali trabalhavam eram mulheres. Quase todas frequentavam a mesma igreja.
Ela, que não ia a nenhuma pensou: - Deus me proteja!...
Eu, que conheço bem
Das Graças, sei por que tanto se assustou. Aquelas mulheres pertenciam à igreja
que ela um dia abandonou!
Todos temos direito
as nossas amarguras secretas. Seu silencio foi respeitado. As colegas foram
discretas!
De inteligência rara
e ótima coordenação motora. Não decepcionou a colega que fez o papel de
professora.
Não se refestelou com
os elogios que recebeu. Apenas ergueu seu olhar e a Deus silenciosamente
agradeceu!
Apesar de estar
gostando do trabalho. Jamais se esqueceu de que não era a atividade para a qual
tanto havia estudado.
Por isso, enviava
cópias e mais cópias de seu currículo, tão bem por ela formulado.
Se pouco tinha a
escrever no campo da experiência. Por sua forma de elaborá-lo mostrava muita
sapiência!
Entre bolsas e
sapatos, cola barbante, e outros insumos. Rapidamente se passou um ano.
Maria das graças dava
o melhor de si; mas continuava fiel ao seu plano.
Dizia consigo mesma:-
Haja o que houver. Custe o que custar.
Mas na área das
finanças ainda hei de trabalhar.
Outra coisa que
martelava a sua mente. Era o desejo de sair do bairro onda morava que julgava
amaldiçoado. Na verdade o que a perturbava tanto, eram os fantasmas do seu
passado.
O que ignorava. É que
lugar algum apaga as nossas lembranças, sejam elas tristes ou felizes. Pois
elas penetram fundo em nossas almas. Enormes são suas raízes!
Nem de longe pensar
que tantas tarefas a afastaram do filho, ou diminuíram seus cuidados e
carinhos.
Afinal, ela se
arrebentava tanto no trabalho. Era justamente por visar para ele um melhor
caminho!...
Lemos
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