Através da porta de um bar

Será que as bebedeiras criam homossexuais?

Quando se olha, para dentro de um bar só se vê iguais.

Não é uma observação qualquer. É rara em um botequim, a presença de uma mulher.

Digo isto com propriedade, pois observo atentamente. Os bêbados deixam suas lindas, ou não, tão lindas mulheres em suas casas, para juntos tomarem aguardente.

É muito estranho que dispensem de suas mulheres o sexo e o carinho.

Para ficarem rodeados de homens, bebendo e jogando palitinho!

Mais estranho ainda, é a maneira do pinguço se comunicar. Nunca conversam sem um no outro tocar.

Pode ser manifestação do lado feminino. Será que para um bêbado, o outro pode parecer divino?

Foi isto que Maria Das Graças, um dia pensou. Quase apanhou de Florisvaldo quando perguntou!

Não sei se pensou, ou quis apenas ser cruel. Ele bem que mereceu provar um pouco de fel!

Merece ser feliz um homem, que enche a cara em plena lua de mel?

Pensando melhor no assunto. Creio que beber, não faz nenhum homem menos macho.

Também não faz de ninguém um garanhão. Isto é o que acho.

A verdade nua e crua, é que bebida não combina com lar. Casamentos aparentemente sólidos, se desfazem através da porta de aço de um bar!

No caso de Florisvaldo. Até que o seu casamento estava durando. Graças à perseverança de sua esposa. Mas pairava no ar a pergunta: - até quando?

Não tão perto quanto parecia. Nem tão longe que nunca chegasse o dia!

Enquanto, nosso herói ao avesso marcava seu ponto no imundo bar. Já havia alguns aspirantes a ocupar o seu lugar.

Uns queriam apenas seu lugar na cama. Isto bastava. Outros queriam, na verdade a mulher que o amava.

Uma mulher que se encontrava desiludida com o mundo. Baseada no próprio marido. Achava qualquer homem nauseabundo!

A mesma que concentrava todos seus esforços na educação do de seu menino. Ao contrário do pai. Sonhava para ele melhor destino.

A que desperdiçou seus estudos e sua vocação.

Ignorava, que muito estaria por vir. Estava no epílogo sua união!

Lemos, 13/01/03 18h15min: 02.