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terça-feira, 10 de junho de 2014

Ainda me procuro











Não sou sequer sombra
Do que antes fui
Perdi em velocidade
Em raciocínio, em dignidade.
E digo tudo isso rindo
Com se houvesse alguma graça
Só pra contrariar e enfurecer
Um verdadeiro lixo!
Achando-se, e fazendo pirraça.
É isso que hoje sou




Escarneço do mundo
Pra me esconder de mim
Que de vez em quando
Ainda me procuro
Mas não quero me achar assim
Tão longe da realidade
E cada vez mais perto do fim
Que antecipo a cada trago
Da cachaça que bebo avidamente

Minha mulher adoeceu
Meu pequeno filho chora
Nas raras vezes em que
Vejo-me sóbrio choro!
Mas quando bêbado
Minha arrogância aflora
E vou com mais sede ao pote
Já perdi a conta das vezes
Em que morte...
Fungou em meu cangote.

Mas como vaso ruim não quebra
Sou obrigado a continuar
Até o dia...
Em que a pinga me matar!
E enfim...
Libertar meus familiares.
Levando-os a nova vida
E novos ares!



Lemos
10/06/2014


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