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De nada valeram os argumentos da esposa, recém-saída do
banho e ainda seminua. Pois muito mais forte ainda era o apelo da rua.
Afinal
havia trabalhado a semana inteira. Não iria ficar trancado em casa em plena
noite de sexta-feira.
Quanto
à sua esposa, esta sim, podia em casa ficar. Afinal! Foi ela que optou em ser
do lar.
Nunca
ouviu dela sequer uma simples reclamação. Casou-se com ele, e estava sempre a
mão. Não lhe causava problemas. Era a mulher que sempre quis. Pouco se
importava se era ela, feliz ou não.
Via
no azul dos olhos do pequeno Nícolas. O mesmo azul pelo qual um dia se
apaixonou. No dia em que decidiu seus diplomas guardar, e ao invés de
conquistar o mundo.
Ser rainha do seu lar!
Ser rainha do seu lar!
Pobre
rainha! Não teve o mundo que sonhou. Na própria lua de mel. O que viria pela
frente ela antecipou. Ao invés de enchê-la e beijos e demonstrar seu imenso
amor. Foi neste fatídico dia. Que um alcoólatra. Florisvaldo, seu amado se
revelou.
Foi nesta hora que seu futuro negro se anunciou. |
Quisera
a pobre Maria Das Graças, que aquele primeiro porre fosse um falso alarme. Para
algumas mulheres, aturar uma bebedeira ou outra. Dá à vida algum charme.
Desde
que sobre tempo para viver, pelo menos, alguns momentos de amor. No caso da
pobre das Graças.
Grandes
foram os momentos de dor.
Dor,
de não ter direito a pelo menos com o marido e filho passear. Nunca mais soube
o que era um salão de cabeleireiro. O maldito vício e as despesas domésticas
consumiam todo o pouco dinheiro.
Pensou
em abandonar tudo, mas ficou no vai não vai. Achou que seria maldade separar o
filho do pai. Assim foi levando uma vida que não queria. Ainda amava o marido.
Acreditava que o salvaria.
Como
no inicio não percebeu, que Florisvaldo era uma ilusão. Sensível, como toda
mulher acreditava em seu coração.
Achava
que seu marido tinha por ela algum amor. Como podia ele amar alguém. Se a si
mesmo não dava o devido valor?
Estava
resignada a sofrer, em nome do amor e pela felicidade do filho. Por um amor,
que tinha dia e hora para acabar. Estava menos difícil do que antes. Pois já
não tinha mais lágrimas para chorar!
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