E
passei a prioridade pra frente
Naquela
oportunidade
Todos
aplaudiram
O
homem de verdade
Que
representei naquela hora
Todos
aqueles...
Que
um por um, vi indo embora.
Por
mais de uma vez
Sufoquei
meus anseios
Em
prol do suposto necessário
A
vida seguiu andando
Os
sonhos foram ficando
Amontoados
em uma gaveta
Fria
e escura, dentro do meu coração.
Armazenáveis, grandes sonhos
De
quem, não prioriza a satisfação.
Desde
tenra infância que vejo
As coisas acontecerem assim
Tudo
para o mundo e as pessoas
Pouco
ou quase nada para mim
E
de doação em doação
De, amiúde, deixar-me anular
Experimentei
toda sorte de negação
Que
a mim mesmo pude imputar
Por
ser tão tolo e subserviente.
Esqueci
todos meus anseios
Dentro
do refrigerador
Que
há muito já virou sucata
Opinião
firme torna impopular
Mas
subserviência mata!
De
que me serve um receiver agora
Se
minha audição, há muito foi embora.
Pra
quê agora, a potente motocicleta.
Com
o joelho rígido e a visão incompleta.
Ficou
apenas meu desperdício
De
amor, respeito e carinho.
Ficou!
Todos
se foram, fiquei sozinho.
Rodeado
de fantasmas do passado
Que
me atormentam noite e dia
Por
ter sido um sujeito resignado
Não
quero ensinar o que tarde aprendi
Apenas
narro o que fiz o que vi
E
também o que vivi...
Que
ilustram tão bem o que faço agora
Pensamentos
lúgubres e arrependimento
Não
tem lugar e nem hora
Apenas
podem vir cedo ou tarde demais
No
um caso veio por demais tarde
Por
isso mesmo é que o remorso arde
Corrói o pouco que sobrou de mim
Nunca
pensei contar os dias
Que
me aproximam do fim!
Lemos
22/12/2014
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