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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Uma página já lida.

 
 
 

Ele deve estar feliz, no lugar onde se encontra.

Frase muito repetida para consolar quem fica
Se antes, a ouvia quieto, hoje quieto, sou contra.
Conformado, em não poder dar uma pequena dica.
Pois, onde me encontro não se é feliz ou triste.
Em paz talvez. Pois enorme é o vazio que existe!
 
Vazio também. É como se sente quem partiu
Vendo-se em um lugar que não é nenhum
Sente-se é força de expressão. Só sabe se sentiu.
Porque um dia viveu; e muito viu e ouviu.
Vejo dessa forma. Talvez aqui seja o purgatório
Se for. Pelo que aprendi é um sitio provisório!
 
Aqui, se lembra do passado, porém sem saudade.
Lembra-se das pessoas, contudo não de seus rostos.
Dos bens materiais, que eram a maior prioridade.
Da iguaria mais fina, sequer lembra-se o gosto.
Da mulher amada; que era suposta razão de vida.
Apenas a sensação, de virar uma página já lida!
 
Se soubesse que era assim, não teria tanto medo da morte.
Como para quem fica. Para quem parte vem o esquecimento
As lembranças, pouco a pouco, perdem o real valor e porte.
E assim deve ser. Para minorar, e eliminar qualquer sofrimento.
Agora creio! Que não há nenhum morto que não se comporte
Pois; pela minha vida terrestre. Se pudesse, não emitiria lamento!
 
Aqui, neste lugar não se toca em nada, pois nada é material.
E as dimensões que existem, são as que o espírito ordena.
Se na vida carnal, o espaço, era alguma coisa, fundamental.
Nesse plano; sua utilidade deixa de ser necessidade plena.
Aos poucos; as suaves lembranças vão sendo diminuídas.
Creio! Que é assim que nos desapegamos de nossas vidas!
 
O choque da morte é como um banho de água fria
Ao nos aquecermos, passa a fazer parte do passado.
Mesmo estando aqui; sempre rezo a boa Ave-Maria!
E assim permaneço um pouco mais sossegado.
 
Lemos psicografando II.sábado, 13 de julho de 2013. 10:21.
 


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